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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Projeto de Leitura - Prática de ensino.

Oi, pessoal!!

Quero apresentar a vocês nosso Projeto de Leitura e Prática de Ensino. O projeto faz parte do conteúdo da grade do curso de Licenciatura em Letras. Corresponde a 50 horas; desde a escolha do material até a apresentação do projeto em sala de aula.

Confiram!
Projeto de Leitura

Objetivo
           Incentivar a leitura em crianças em fase de alfabetização ou já alfabetizadas, a fim de desenvolver os comportamentos leitores e o gosto pela leitura.

Desenvolvimento
            Este projeto foi desenvolvido para ser apresentado no Colégio FAMARI – Educação infantil – Ensino fundamental – Ensino Médio, em Santo André.
            Foi escolhido o livro da escritora Ruth Rocha - “No caminho de Alvinho tinha uma pedra”. O título é uma intertextualidade com o famoso poema de Carlos Drummond de Andrade “No meio do caminho”. A leitura do livro de Ruth Rocha foi feita aos alunos de primeira e segunda séries do ensino fundamental, em sala de aula. A história foi contada seguindo as regras de entonação de fala entre os diálogos. Ao fim da leitura, perguntas foram feitas aos alunos com o objetivo de obter as impressões das crianças diante do texto, estimulando-as também a aprender a ouvir o que os colegas têm a dizer, e que houvesse interação. Foram perguntas do tipo: Quem gostou da história? Qual parte da história você mais gostou? Depois disso, foram distribuídos aos alunos, livrinhos com clássicos da literatura, como “Sete anões”, “Cinderela”, “A bela e a fera”, “O patinho feio”, entre outros, sugerindo que, após a leitura, as crianças trocassem seus livros com os colegas, incentivando a interação entre o grupo, e incentivando também a troca de ideias a respeito das histórias. Houve a preocupação em separar os livros com temas para meninos e para meninas. O livro de Ruth Rocha foi deixado disponível na biblioteca da escola, para que os alunos possam lê-lo quando quiserem.

Justificativa
            A escola tem um papel fundamental para garantir o contato com os livros desde a primeira infância: encantar-se com ilustrações e começar a descobrir as letras.
            Mesmo antes de aprender a ler, as crianças devem ter contato com a literatura, e, ao ver um adulto lendo, ao ouvir uma história contada por ele, ao observar as rimas, os pequenos começam a se interessar pelo mundo das palavras.
            Em entrevista à revista Nova Escola, da editora Abril, em edição especial de número 18, Ruth Rocha, quando perguntada sobre o que acha do estímulo à leitura por meio de atividades lúdicas, responde que concorda, “desde que as propostas sejam desenvolvidas com inteligência e não transmitam a ideia de que a folia  o divertimento têm um papel maior do que a própria leitura. Além disso, os professores deveriam ler os livros antes de indicá-los aos alunos.

Resultado
            O resultado obtido nesse projeto alcançou o objetivo. As crianças demonstraram uma reação muito positiva à história contada, participaram por comentar as histórias que mais gostam de ler e sentiram-se motivadas a ler e trocar entre elas os livrinhos que ganharam.

Conclusão
            Conclui-se que projetos de leitura são, na verdade, fundamentais para alunos do curso de Letras, tendo em vista que existe a oportunidade de estar em sala de aula, ganhado experiência por vivenciar comportamentos dos alunos e suas reações. Como educadores, devemos ter engajamento em incentivar a leituras e formar cidadãos não apenas alfabetizados, mas sim, letrados, com capacidade não apenas de ler, mas também de desenvolver opinião sobre assuntos no decorrer da vida escolar ou secular.




Projeto elaborado por Mônica Lima Falsarella, Marilene Alves e Evandro Correia.



sexta-feira, 10 de junho de 2011

"O Cortiço" - Aluísio de Azevedo - Resumo da obra

 O CORTIÇO

RESENHA

            Aluísio de Azevedo usa um discurso em terceira pessoa, com um narrador onisciente, desloca o foco narrativo da maneira que melhor lhe convém para contar a história de João Romão empregado de um vendeiro que, ao voltar para sua terra, deixou-lhe como pagamento de ordenados vencidos, a venda com o que estava dentro e mais um conto e quinhentos.
            João Romão, avarento e mercenário, juntou-se com Bertoleza, uma quitandeira que também trabalhava muito. Escrava de um senhor e viúva de um português, ela vinha guardando dinheiro para sua alforria e, com esse dinheiro, João Romão comprou o terreno onde começou a construção do cortiço.
            Instintivamente Bertoleza procurava alguém de uma raça superior, e por isso, juntou-se ao vizinho dando o máximo de si, trabalhando de sol a sol para ajudar o amante, que na ânsia do enriquecimento rouba, explora e até escraviza a companheira.
            O conflito começa quando Miranda, um rico atacadista de tecidos, se instala no sobrado, ao lado da taberna de João Romão, que fica cada vez mais determinado a enriquecer, construindo casinhas e alugando para brasileiros, portugueses, negros, mulatos; e o cortiço cresce e torna-se um agrupamento humano de pessoas excluídas, os pobres, os humildes e de todas as raças.
            Os preceitos naturalistas de que o meio determina o homem aparece quando moradores do cortiço, como Jerônimo, um homem forte, trabalhador e honesto que vivia para sua mulher Piedade se apaixona por uma morena, bonita e sensual que gosta festas a Rita Baiana e depois de deixar a esposa e viver com ela, passa a ser preguiçoso e malandro evidenciando a influência da cultura brasileira sobre a portuguesa.
            Quando Miranda recebe o título de barão, João Romão percebe que ter dinheiro não é suficiente e passa a ter desejos de ascensão social; ele reforma todo o cortiço e a sua taverna passa a um prédio melhor que o do vizinho, para mostra poder. Depois ele se aproxima de Miranda e pede a mão de sua filha em casamento para assim, ascender socialmente, tornando-se um aristocrata.
            Bertoleza, não aceita a traição do amante e exige desfrutar de tudo que construiu junto a ele, e passa a ser uma pedra no sapato de João Romão que planeja entregá-la ao herdeiro de seu dono. Ao perceber que foi enganada o tempo todo por João Romão e que não terá saída se não voltar à escravidão, Bertoleza se suicida, deixando livre o caminho para o sórdido João Romão.
            Aluisio de Azevedo descreve uma existência miserável e denuncia os preconceitos e a exploração do homem pelo mesmo homem, em o cortiço ele denuncia as diferenças, as mazelas sociais e morais da época.

            Os escritores naturalistas, como os realistas, procuraram dar ao texto um caráter imparcial, mais focado ao “olhar científico” com que buscam tratar as personagens. A descrição dos ambientes cria a realidade de maneira “fotográfica”, que montam um quadro final claro e preciso. Segundo o crítico Alfredo Bosi, o escritor naturalista Aluísio de Azevedo “[...] em O Cortiço atinou de fato com a fórmula que se ajustava ao seu talento: desistindo de montar um enredo em função de pessoas, ateve-se à sequência de descrições muito precisas onde cenas coletivas e tipos psicologicamente primários fazem, no conjunto do cortiço a personagem mais convincente do nosso romance naturalista.” (p. 190)

                        “Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. [...]”

            O crítico literário Domício Proença descreve esta característica da escola  literária, dizendo que “há no Naturalismo uma acentuada preferência por temas de patologia social com a mesma intenção realista de reformar a sociedade. Na obra são encontrados verbos e substantivos para mostrar a animalização das personagens. Além de referir-se a elas como “machos” e “fêmeas”, o narrador ainda usa verbos que normalmente são utilizados no trabalho com animais, como o verbo “escova”, geralmente usado no trato com éguas.

            “Escove-a, escove-a! Que a porá macia que nem veludo! [...]”

            A característica marcante do Realismo – Naturalismo é o esvaziamento dos ideais do Romantismo, que até então jamais mostraria a intimidade dos amantes, agora expõe a sexualidade explícita nos textos naturalistas.

            “[...] a cabeça ora para a esquerda, ora para a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal, num requebrado luxurioso e ofegante... a tremer toda, como se fosse afundando num prazer grosso que nem azeite... [...]”

            Nesse respeito, o crítico Antônio Cândido e José Aderaldo Castello, explicam esse esvaziamento do Romantismo como sendo “compreensível que os realistas e naturalistas preferissem temas ligados aos costumes regionais, aos aspectos sexuais da conduta, à análise psicológica, que aprofundaram singularmente”.
            A conclusão é que os escritores naturalistas pretenderam colocar a literatura como uma visão ou um olhar para a realidade, utilizando-se de determinismo, que apresenta o homem como produto do meio e do momento em que vive.

Bibliografia:
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. São Paulo: Pallus, 2002 – (Coleção Nossa Literatura) (p. 28, 29, 71)
BOSI, Alfredo, 1936 – História concisa da Literatura Brasileira – 43 ed. – São Paulo : Cultrix, 2006 (p. 190)
CÂNIDO, Antônio; CASTELLO, José Aderaldo. Presença as Literatura Brasileira: Do Romantismo ao Simbolismo – Ed. Difel. São Paulo, 1974 (p. 96)
PROENÇA, Domício. Estilos de época na literatura. Ed. Liceu; 4. Ed. Rio de Janeiro, 1973.

domingo, 5 de junho de 2011

Memórias Póstumas de Brás Cubas - Resumo da obra

      
Oi, pessoal!

Apresento a vocês o resumo de uma das obras literárias mais reconhecidas da Literatura Brasileira, feita por minhas colegas de faculdade Camila D'Andrea e Juliana Caetano. Agradeço a elas pela participação no Crase sem Crise!


Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis

 Memórias Póstumas de Brás Cubas é a obra que abre o Realismo, a história narrada pelo defunto-autor que conta sua vida sem esconder nenhum detalhe, todas as suas frustrações e as mudanças sofridas pelo personagem no decorrer de sua existência.
                 “A revolução dessa obra, que parece cavar um fosso entre dois mundos, foi uma revolução ideológica e formal: aprofundado o desprezo às idealizações românticas e ferindo no cerne o mito do narrador onisciente, que tudo vê e tudo julga, deixou emergir a consciência nua do indivíduo, fraco e incoerente. O que restou foram as memórias de um homem igual a tantos outros, o cauto e desfrutador Brás Cubas.”
                A história começa com a sua morte retornando para seu nascimento, o narrador toma essa atitude por contar suas memórias após sua morte e por achar mais apropriado. “Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi o outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim, mais galante e mais novo.”
                Na história ele mostra a realidade da vida burguesa, os pensamentos e as traições escondidas da sociedade. Na sua infância com os maus exemplos por parte de seus tios e a super proteção de seus pais, o tornaram a pessoa que ele é, uma criança malvada e mimada e depois um adulto sem juízo. Ele usa esses exemplos como motivos para ele ter se tornado o homem que se tornou. “Dessa terra e desse estrume é que nasceu esta flor
                Em sua juventude se envolveu com Marcela, interessada apenas em dinheiro, diferentemente do Romantismo, que viviam um amor idealizado, nesta obra Machado nos leva ao jogo de interesses, ao relacionamento para satisfação da carne, quando “Há um esforço, por parte do escritor anti-romântico, de acercar-se impessoalmente dos objetos, das pessoas. E uma sede de objetividade que responde aos métodos científicos cada vez mais exatos nas últimas décadas do século.” - (Bosi) É marcante na obra, a presença da ironia que Machado de Assis cria no personagem Brás Cubas, ao se referir a Marcela: "...Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis".
                Já na fase adulta, Brás Cubas se envolve com Virgília, um caso extra-conjugal, uma aventura, apesar de se dizer apaixonado, Brás Cubas nunca leva Virgília a sério, e ela também não o leva, o relacionamento era por interesse, por amor, mas  não tinha compromisso. “vacilava entre um querer e um não querer, entre a piedade que me puxava à casa de Virgília e outro sentimento, - egoísmo, supúnhamos...”
                Brás Cubas encontra com Quincas Borba e fascina-se com a teoria do Humanitas, criada pelo amigo. Humanistas é a forma que Machado encontrou para ironizar as correntes filosóficas da época. No fim de sua vida ele reencontra Virgília, já de cama em seu delírio de morte, Brás Cubas faz seu balanço de morte, ou melhor, de vida; das coisas que fez ou das coisas que queria ou pretendia ter feito e chega à conclusão que mesmo não tendo realizado nada de grandioso na vida, já que falhara no Emplasto Brás cubas, pelo menos não teve que trabalhar para ter a vida que teve, Brás Cubas foi um burguês que viveu, dançou e aproveitou a vida com suas riquezas e desfrutou dos prazeres que ela oferece sem comprar o pão com o suor de seu rosto. “Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui Califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto.”
                Segundo Bosi “desnudam-se as mazelas da vida pública e os contrastes da vida íntima; e buscam-se para ambas causas naturais (raça, clima, temperamento) ou culturais (meio, educação) que eles reduzem de muito a área de liberdade” .
                Machado conseguiu transmitir em sua obra essas características próprias dos romances realistas, ele mostrou o contraste entre a vida íntima e a vida pública, mergulhou no interior do personagem Brás Cubas, que em vários momentos durante a obra mostrou alguns pensamentos que não eram aprovados pela sociedade e outros que são comuns à  sociedade, mas ninguém,exceto aquele que contava a história, tinha coragem de falar. “Mas eu não tenho aparelhos químicos como não tinha remorsos tinha vontade de ser ministro de Estado.”


Referências Bibliográficas
BOSI, Alfredo. História Concisa da literatura Brasileira. Edição 45.
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Editora Ciranda Cultural.