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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

"Sou loura mas não sou clichê!" - CLICHÊS




Olá leitores e amigos seguidores! Obrigada pelos e-mails e comentários! =)


Apesar de ser loura desde os 12 anos, simplesmente amo piadas de louras. As considero criativas e passam a ideia de que algumas mulheres se preocupam tanto com vaidades e futilidades do que com seu lado intelectual, independente da cor de seus cabelos.


Mas de onde veio essa mania de "loura burra"? Ah, essa é fácil! Surgiu com o sucesso de Gabriel, o Pensador, que escreveu a música "Loura Burra" nos anos 90, cujo refrão acabou virando clichê.


Hoje abordaremos o tema "clichês", que embora seja muito usual na nossa língua, pode empobrecer uma redação ou um discurso.


O que são clichês?


Clichês, lugares-comuns, junção de substantivos e adjetivos são um vício de linguagem. São expressões prontas que mostram um forte indício de preguiça mental. Não, não estou dizendo que o Pensador sofra desse mal. Ao contrário, se tem uma coisa que sobra no cantor e compositor é agilidade de raciocínios.

O ponto é que alguém, num determinado momento, utiliza um termo que, na ocasião, gera ao leitor ou ouvinte um agradável susto-de-novidade, e isso é muito positivo. Porém, depois de algum tempo de milhões de repetições o termo acaba virando clichê ("susto-de-novidade"não pode ser encontrado em nenhum dicionário, mas pode virar um clichê se repetido por muitas pessoas por muitas vezes).


Existe até uma anedota sobre o sujeito que foi ver Hamlet pela primeira vez e queixou-se que a peça estava cheia de clichês:


"Ser ou não ser, eis a questão"

"O resto é silêncio"


Otros bem conhecidos e infelizmente ainda muito utilizados são:

"corpo escultural"
"posição privilegiada"
"profissional de mão cheia" (experiente)
"sem dó nem piedade"
"levar ao pé da letra"
"tem espírito de porco"
"meteu os pés pelas mãos"
"colocar o carro na frente dos bois"
"contar com o ovo dentro da galinha"
"mistura explosiva"
"sonora vaia"
"porões da ditadura"
"abrir com chave de ouro"
"começou com o pé diteito"
"luz no fim do túnel"
"no fundo do poço"
"começar do zero"
"pergunta que não quer calar"
"quatro cantos do mundo"
"ente quatro paredes"
"de mão beijada"
"dúvida cruel"
"figura angelical" (ah, gente, esse é obrigatório evitar!)


...e por aí vai.


Utilizamos o clichê como um atalho, quando estamos com preguiça de pensar ou quando queremos que nosso ouvinte entenda logo o ponto principal. Assim tornamos a linguagem mais rápida e mais coletiva, mas ao mesmo tempo a torna menos criativa e menos pessoal.


Uma dica é: Policie seu uso. O melhor exercício é ler coisas escritas pelos outros e anotar numa folha todos os clichês encontrados. Depois, tentar criar formas alternativas de passar a mesma informação.


Exemplos:


Clichê:
"Ela tem espírito de porco."
Podemos dizer:
"Ela não tem personalidade."

Clichê:
"Ele meteu os pés pelas mãos."
Podemos dizer:
"Se precipitou em tomar a atitude, o que lhe causou mais problemas."

É isso aí, leitores!
Vamos evitar os clichês e fugir deles como "o Diabo foge da Cruz" (olha o clichê)!



Sem crises...






Matéria baseada no artigo "As marcas do clichê" de Braulio Tavares - Revista Língua Portuguesa - Nov-2009.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Mas você adora um "Se"... - Funções do "SE"



“Se”
Djavan

Você disse que não sabe se não
Mas também não tem certeza que sim
Quer saber?Quando é assimDeixa vir do coração
Você sabe que eu só penso em você
Você diz que vive pensando em mim
Pode ser
Se é assim
Você tem que largar a mão do não
Soltar essa louca, arder de paixão
Não há como doer pra decidir
Só dizer sim ou não
Mas você adora um se...
Eu levo a sério, mas você disfarça
Você me diz à beça e eu nessa de horror
E me remete ao frio que vem lá do sul
Insiste em zero a zero e eu quero um a um
Sei lá o que te dá que não quer meu calor
São Jorge por favor me empresta o dragão
Mais fácil aprender japonês em braile
Do que você decidir se dá ou não.


Sem que percebamos, o pronome ou conjunção “se” é uma das palavras com mais funções na nossa língua. Na música, por exemplo, sem contarmos o título, ela aparece quatro vezes.
Analisaremos nessa matéria as muitas funções do “se” tanto na função sintática (função da palavra dentro de uma oração ou de uma frase), como morfológicas (que estuda as classes das palavras). Vamos lá?


Funções morfológicas:

1- Conjunção coordenativa

Equivale a "ou... ou,", "quer... quer" ou "seja... seja".

SE queremos, SE não queremos nos finaremos como todo ser vivo.
SE vote, SE não vote, você estará mal representado.
SE no começo, SE no fim das explicações, o uso do hífen continua confuso.

2. Conjunção subordinada

Une orações subordinadas.

a) Condicional. Introduz oração subordinada condicional.
SE a juventude soubesse, erraria menos; SE a velhice pudesse, erraria mais.
SE a oração subordinada vier antes da principal, será separada por vírgula.
A oração subordinada será separada por vírgula SE vier antes da principal.

b) Integrante. Introduz oração subordinada substantiva objetiva direta.
Não sei SE fico, não sei SE vou. Gostaria de saber SE ela ainda me quer.
Avise-me SE ela um dia despencar do céu.

3. Partícula integrante do verbo

Liga-se a verbos pronominais, os usados só na forma pronominal para exprimir sentimento ou mudança de estado: apiedar-se, arrepender-se, dignar-se, queixar-se, regozijar-se, suicidar-se, ufanar-se, zangar-se e outros. Tais verbos são sempre conjugados com um pronome pessoal oblíquo. Arrependo-me, arrependes-te, arrepende-se etc.
Ela SE queixava muito dele. Arrependeu-SE tarde demais.
Ele suicidou-SE (OU: SE suicidou) por causa das queixas.

Em algumas regiões, porém, os falantes usam tais verbos como não pronominais e, em outras, usam como pronominais verbos que não são:
Eu ARREPENDI (em vez de: ME arrependi) de ter votado no Lula.
O delegado disse que o homem SUICIDOU (por: SE suicidou) com três tiros.
Rui Barbosa ACORDAVA-SE (por: ACORDAVA) cedo todos os dias.

4. Partícula espontaneidade ou expletiva de realce

Aparece junto de verbos intransitivos apenas para realçar o sujeito; portanto, sem função sintática: o pronome pode ser eliminado sem prejuízo para a compreensão da frase.
Exemplos:
Ela foi-SE embora para não mais voltar.
Acabou-SE o que era doce.

5. Pronome apassivador ou partícula apassivadora.


Faz parte da formação da voz passiva sintética apenas com verbos transitivos diretos e transitivos ao mesmo tempo diretos e indiretos.

Exemplos:
Viam-SE ao longe os pássaros esvoaçantes. Vendem-SE deputados e senadores. Aquela habilidade SE aprende (aprende-SE) na escola.
Na linguagem oral, muitas vezes se ignora a concordância, que alguns consideram artificial. O que resulta em casos como "Via-se ao longe os pássaros esvoaçantes", com o sujeito indeterminado. Nota-se a tendência na escrita, mas convém evitar em provas ou textos oficiais.

6. Pronome reflexivo

Liga-se ao verbo na voz reflexiva como pronome pessoal oblíquo átono, revelando o papel de paciente da coisa ou indivíduo apontado pelo sujeito. Equivale à expressão "a si mesmo".

Magoou-SE ao ouvir as acusações injustas. A floresta estende-SE a perder de vista. Maria SE refugiou da chuva. Criou-SE ouvindo Mozart. Ele SE considera livre.

Funções Sintáticas:

Como pronome, o SE exerce quatro funções sintáticas.

1 Sujeito do infinitivo.
É o caso das orações subordinadas reduzidas com verbos no infinitivo, do qual o SE funciona como sujeito.

Como não havia outro jeito, o bom Jesus deixou--SE matar.
Sentiu-SE enfraquecer e caiu no gramado.
Fez-SE ouvir com um grito.

De acordo com a gramática tradicional, o SE, portanto, é sujeito do infinitivo (matar, enfraquecer, ouvir) e objeto direto do verbo flexionado (deixou, caiu, fez).

2 Objeto direto. Complementa o sentido do verbo transitivo direto com sujeito animado.

Ele SE recusa a cumprir ordens.
Cansou-SE de trabalhar por salário tão vil.
Levantou-SE pronto para lutar.

3 Objeto indireto. Serve de complemento indireto apenas se o verbo for transitivo direto e indireto.

Ele SE impôs um regime férreo para perder a pança.
Lula SE dá o direito de decidir tudo nas questões internacionais.

4 Índice de indeterminação do sujeito.

Conhecido também como símbolo de indeterminação do sujeito, pronome apassivador impessoal e pronome impessoalizador. Liga-se somente a verbo intransitivo ou transitivo indireto, que aparece apenas na terceira pessoa do singular.

Trata-SE de um Congresso extremamente laborioso o nosso.
Precisa-SE de candidatos honestos.
Louva-SE aos deputados pela criação de mais de 7 mil vagas de vereadores.
Assim SE vai aos cafundós.


Matéria baseada na revista Língua Portuguesa - Nov/2009 - Editora Seguimento por Josué Machado

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Uma vírgula!!! - USO DA VÍRGULA






Oi, pessoal!

Sei que sumi, mas justifico: Conheci Búzios! =)

Tirei muitas fotos, mas uma em especial está nesse post. Não, não estou louca. Não fiquei num lugar paradisíaco desse tentando achar defeitos para depois postar no blog, mas esse anúncio me chamou muito a atenção.

Trata-se da inauguração de uma conceituada loja de móveis planejados na cidade de Búzios, que, como podem ver na foto, promete trazer ainda mais estilo para a cidade. Mas o que tem de interessante nessa foto? Nada demais, a não ser que, quando lí a frase do anúncio - "Búzios, em breve, terá mais estilo" -, pensei: "Pra que tanta vírgula, meu Deus?"

De início eu tiraria todas, e isso foi assunto de debate em família e amigos durante alguns minutos. Pensando nisso, resolvi estudar mais a respeito desse pequeno detalhe que pode fazer toda a diferença numa frase escrita e até mesmo falada, pra depois dividir com vocês no blog.
Ainda não sou mestre, então, caso eu entre em equívoco agradeço aos leitores e seguidores que puderem contribuir para melhorar a matéria. Vamos lá?

O que é a vírgula?É um sinal de pontuação.

Função:
A vírgula cria a expectativa da enumeração de termos de mesma função.

Regras para aplicação da vírgula:

1- A vírgula deve ser usada para separar sujeitos, verbos, complementos ou circunstâncias que não estejam ligados pela conjunção "e".

2- A vírgula marca o deslocamento da ordem natural das frases.

3- Não se deve separar por vírgula o sujeito de seu verbo.

Ao contrário do que muitos pensam, a vírgula não depende somente da pausa. Depende principalmente da posição dos quatro elementos básicos da frase:

A: sujeito
B: verbo
C: complemento
D: circunstância

Analisando a frase do anúncio:
"Búzios (A-sujeito), em breve, (D-circunstância), terá mais estilo (complemento)". Agora entendemos o porquê das vírgulas. Estão distribuídas de acordo com a regra.

Já que falamos acima, na segunda regra, sobre a posição natural das palavras, podemos reler o anúncio e perceber que a ordem natural seria:

"Em breve (C-complemtento), Búzios terá mais estilo." Usa-se somente uma vírgula, pois não se separa o sujeito do verbo.

Portanto, como interlocutores, tentamos nos colocar no lugar do "marketeiro", que organizou as palavras com a intenção de fazer um suspense:
"Búzios, em breve, (tchan, tchan, tchan, tchan), terá mais estilo".

Como criticar uma ideia que deu certo?

Um vídeo que mostra bem o a importância do emprego correto da vírgula é o da camapanha da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).





Diz o texto:

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode criar heróis..
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

A vírgula pode condenar ou salvar.
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!

Uma vírgula muda tudo.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Ainda achei isso na net e dei risadas:
SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

* Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER....* Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM...

É isso aí, pessoal" Mesmo passeando pensei em algo legal pra postar, e, não querendo ser chata, mas percebem um pequeno defeito gramatical no banner abaixo?




Ah, gente, não quero ser chata, mas custava atribuir o acento no "Parabéns" nesse banner tão lindo? =(
Mas a intenção foi boa, pelo menos... =)
Sem crises...
Mônica Lima Falsarella
Matéria elaborada com base no site cursoderedacao.com.br

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Bem ou mal? Mau ou bom? - Variação Linguística

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Olá!

Elaborei essa matéria para frisar que a dúvida é a mãe da sabedoria. Portanto, tenha dúvidas, para melhor aplicação de certas palavras numa sentença.


Antes de abordar suas as classes gramaticais, prefiro ir direto ao "truque" da aplicação dessas palavras: Faça uma substituição da palavra escolhida por seu antônimo. Escolha a que se encaixar melhor.


Seus antônimos:
"Mau" é o oposto de "bom".
"Mal" é o oposto de "bem".


Classificação gramatical:
"Mau" é adjetivo que qualifica um substantivo.
"Mal" é advérbio que combina com verbos, adjetivos e outros advérbios.

Existem, obviamente, outras classificações, porém, para esta postagem, destacaremos apenas essas.

Trocando por antônimos:

Não se encaixa:
Eu ainda o considero um mal professor.
Eu ainda o considero um bem professor.

Se encaixa:Eu ainda o considero um mau professor.
Eu ainda o considero um bom professor.

Não se encaixa:
Não pude comparecer, pois estava me sentindo mau.
Pude comparecer, pois estava me sentindo bom.

Se encaixa:
Não pude comparecer, pois estava me sentido mal.
Pude comparecer, pois estava me sentindo bem.


Não se encaixa:
Ele diz estar mau no emprego.
Ele diz estar bom no emprego.


Se encaixa:
Ele diz estar mal no emprego.
Ele diz estar bem no emprego.

Vale lembrar aqui que, quando se trata de "humor", existe o "bom humor" e o "mau humor". Apenas a palavra "bem", "bom", "mal" ou "mau" se ligam a hífen se a segunda palavra se iniciar com "h", como
"bem-humorado", ou "Ele está mal-humorado hoje!"


Como no caso do "bem" e do "mal", algumas palavras são mal aplicadas devido à variação linguística e pronúncia, afinal, muitas palavras são pronunciadas do mesmo jeito.

Obviamente, esta postagem refere-se apenas à Língua Portuguesa falada no Brasil. Outras possíveis variações linguísticas devem ser pesquisadas.



E você, leitor está bem ou mal? Sim, todos nós temos um ladinho "mau" e outro "bom", mas devemos procurar estar sempre "bem" e não permitir que algo nos deixe "mal".




Sem crises...