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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Adjunto adnominal ou complemento nominal? - Sintaxe


Oi, pessoal!

Após aprendermos as diferenças entre frase, oração e período, começamos estudando os termos essenciais da oração - sujeito e predicado. Pela ordem deveríamos estudar os termos integrantes - objeto direto, objeto indireto, complemento nominal e o agente da passiva. Porém, peço a vocês esse espaço, pois sinto-me na obrigação de  esclarecer neste post a análise de complemento nominal e adjunto adnominal. Explico o motivo.

A nossa última prova de Língua Portuguesa teve foco também em Análise Sintática. Deixei de tirar nota 10 (embora eu  não concorde com esse tipo de avaliação) justamente por causa da semelhança entre adjunto adnominal e seu irmão quase idêntico complemento nominal. Com base no poema de Eduardo Alves da Costa, o fragmento a ser analisado era o próprio título:"Prova de carinho".

Pergunta: -Qual é a função sintática do termo "de carinho"?
Resposta: -A função sintática do termo "de carinho" é de adjunto adnominal de "prova".
RESPOSTA ERRADA




O pior é que o meu 10 já estava garantido, pois a minha professora já havia corrigido minha prova e a de outros alunos, até o momento em que se deparou com a primeira resposta que afirmava tratar-se de "complemento nominal". Deixo claro que ela tem mais de 30 anos de sala de aula e é  alguém que admiro muito. Vou tentar, a cada dia, ser pelo menos parecida com ela.



Na dúvida, ela foi consultar e "corrigiu as correções". Foi aí que perdi meu querido meio-pontinho, e ainda escreveu: "Vale a rasura, a nota é 9,5" - Abaixo, note um errado que já foi um certo.



Mas tudo bem! Se até a mestre se confundiu, quem sou eu para acertar em cheio? Desde então, saber diferenciar adjunto adnominal de complemento nominal, para mim tornou-se uma questão de honra!


Coincidentemente, na semana seguinte, recebi uma mensagem de um primo querido, o Serginho, que dizia: "[...] tenho uma dúvida que me mata. Não consigo definir complemento nominal. Acho muito sutil a diferença quanto a adjuntos ou objetos [...]"


Tem razão, Serginho. A diferença é muito tênue, mas já adianto que encontrar os "objetos" é mais fácil, e sobre eles, estudaremos na próxima postagem.
Por enquanto, vamos apenas diferenciar o adjunto adnominal do complemento nominal e matar isso de vez.



Vamos começar pelas definições:

Adjunto adnominal é o termo da oração que MODIFICA um SUBSTANTIVO, caracterizando-o ou determinando-o.                                                                                                                                

O discurso do orador emocionou a assistência. (substantivo)

O amor da mãe é incondicional. (substantivo)

Complemento nominal é o termo da oração que COMPLETA NOMES (substantivos, adjetivos e advérbios) e vem sempre PREPOSICIONADO.

As crianças sentem necessidade de atenção. (substantivo)

Considero o rapaz apto para a vaga. (adjetivo)

Continuou distante de mim. (advérbio de lugar)


Notamos que a maior diferença entre os dois termos é que o adjunto adnominal modifica APENAS SUBSTANTIVOS, pode ou não ser precedido de preposição e o complemento nominal completa tanto substantivos, como adjetivos ou advérbios, vem sempre precedido de PREPOSIÇÃO e NUNCA indica posse.

Mas e quando aparecer um substantivo + preposição? Como saber se é um complemento ou um adjunto? Uma forma fácil é por analisar se o substantivo (o nome) é transitivo (se precisa de complemento) ou não. Se precisar, será complemento nominal. Ex:

A procura por vagas aumentou.

Substantivo - "procura" (transitivo -procura pelo quê?)
Complemento nominal - "por vagas" - completa o sentido de "procura"

O discurso do orador emocionou.

Substantivo -  "discurso" (intransitivo - não se faz perguntas a ele)
Adjunto adnominal - "do orador" - especifica o "discurso".

No momento de responder a questão da avaliação eu deveria ter feito a pergunta ao substantivo:

Prova de quê? -  de carinho - complemento nominal


É isso, pessoal! Se estudarem com atenção essas regras será mais fácil identificar um termo do outro. Trabalhem com as eliminações, pois nesses casos isso não é sinal de falta de conhecimento e sim de estratégias que, muitas vezes funcionam. Apenas tomem muito cuidado com isso.


Na próxima postagem daremos continuidade à série em sua ordem. Estudaremos os objetos diretos, os indiretos e agente da passiva.

Até a próxima postagem, pessoal!!

Mônica

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Trabalho acadêmico - As viagens de Gulliver

Oi, pessoal!


Quero compartilhar com vocês o nosso trabalho acadêmico de Literatura Inglesa, lecionado pela professora universitária Lilian Carneiro sobre a obra "As viagens de Gulliver" Jonathan Swift - e seu contexto com a atualidade. 


Neste vídeo, temos as apresentações de Renata Chasseraux, Manú,  Mônica LimaCamila D'Andrea, JoseaniDayane, Eunice Barcelos, Rosângela, Evandro




Edição dos vídeos foi feira por Camila D'Andrea!




Primeira Parte

Segunda parte!! Com Arianna Fontes




O grupo do qual eu pertencia foi formado por Ana Carolina e Juliana Caetano. 


Espero que gostem!





Aguardem novas postagens!!


Beijocas,




Mônica

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Aguardem!

Oi, pessoal!!

Devido ao grande conteúdo acadêmico, estágios nas escolas e ao projeto no SESC Belenzinho em parceria com o instituto "Os Narradores de Passagem" - como divulguei em minhas redes sociais - não foi possível criar novas postagens. Além de dar essa satisfação a vocês, leitores e seguidores do blog, quero também  compartilhar a minha alegria com vocês de ter o meu primeiro trabalho de revisão ortográfica registrado e publicado com o livro Marketing Yourself - Dicas de como alavancar sua carreira na Internet,   de Douglas Falsarella! Porém, prometo que muito em breve darei continuação à série Sintaxe bem como abordarei outras regras e mistérios da nossa Língua. Transcrevo abaixo, o belíssimo soneto de Olavo Bilac:



Língua portuguesa


Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho! 





Beijos, queridos!

Sem crises!!

Mônica

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Série Sintaxe - parte II



Nota de correção:


Queridos leitores,

Devo informar-lhes de que cometi um erro em dar o exemplo do uso da partícula (ou pronome) “-se” para identificar o sujeito indeterminado em uma frase. Para exemplificar o uso da partícula, usei a frase “Admitem-se funcionários” e afirmei que o fato de poder passar pra voz passiva tornava o sujeito indeterminado sendo que, na verdade, é o contrário: SE FOR POSSÍVEL PASSAR PARA A VOZ PASSIVA, NÃO HÁ SUJEITO INDETERMINADO, E SIM UM SUJEITO PACIENTE. A voz passiva ficará assim: “Funcionários são admitidos”.

Sujeito Paciente: “Funcionários”.
Função da partícula “-se”: Partícula apassivadora.

Aviso que na postagem já está aplicado um exemplo correto. Porém o áudio ainda permanece com erro. Atentem-se a isso! Com os erros, aprendemos! Sem crises! =)



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Como vimos no post anterior, a análise sintática é feita a partir da classificação de elementos que aparecem dentro de termos da oração que são:

Termos essenciaisSujeito e predicado, responsáveis pela estrutura da oração;
Termos integrantes: Objeto direto, objeto indireto, complemento nominal e o agente da passiva. Complementam o sentido de verbos e nomes;
Termos acessórios: Adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto. Não são fundamentais, modificam ou especificam outros termos.

Hoje estudaremos sobre os termos essenciais da oração: Sujeito (tipos de sujeito) e predicado (tipos de predicados).

Estudos linguísticos explicam que, para o enunciado ter algum sentido as palavras precisam relacionar-se entre si, formando frases. A análise sintática é o processo de reconhecimento das funções que um termo (constituinte) exerce sobre o outro termo (constituinte) dentro da oração.


O grande segredo na análise sintática, é que sempre se faça perguntas ao verbo.  O termo que executa a ação do verbo é o SUJEITO e o elemento que sofre a ação do verbo é o PREDICADO

Vejamos:

Os professores elaboram as provas.
                                    
Na oração, o verbo principal é “elaboram”. Neste caso, pergunte ao verbo:

“Quem elabora?” – os professores.
“Elaboram o quê?” – elaboram as provas.

Portanto, a constituinte “Os professores” é o SUJEITO e, por sua vez, a constituinte “elaboram as provas” é o PREDICADO. 

Sujeito: é o elemento de quem se declara alguma coisa.
Predicado: é TUDO aquilo que se diz sobre o sujeito.    

 
TIPOS DE SUJEITO

Existem 4 tipos de sujeito, que podem ou não estar explícitos na oração. São eles:

Sujeito simples:

O filho de Amanda reprovou em matemática.

Sabemos que quem reprovou foi “O filho de Amanda”. Um sujeito que apresenta apenas um núcleo (palavra mais importante), que é filho. Por apresentar apenas uma palavra, ou seja, um só núcleo, temos então um sujeito simples.

Sujeito simples: é aquele que apresenta um só núcleo.



Sujeito composto

Cássio e Ana decidiram comprar um carro juntos.

Sabemos que quem irá comprar é “Cássio e Ana”, um sujeito que apresenta dois núcleos.  Temos então um sujeito composto.

Sujeito composto: é aquele que apresenta mais de um núcleo.


Sujeito oculto (elíptico, desinencial ou implícito)

Estamos ansiosos pela viagem!

Neste caso, o sujeito não aparece claramente na oração, mas pela terminação, ou desinência – mos, que refere-se à primeira pessoa do plural“nós”, entendemos que “Nós estamos ansiosos pela viagem”.

Sujeito oculto ou desinencial – é aquele que está implícito na oração, mas que pode ser determinado pela desinência ou terminação verbal.

Sujeito indeterminado

Falaram mal de mim!


Neste caso, o que caracteriza um sujeito indeterminado é o uso da 3ª pessoa do plural. O verbo não se refere a nenhum termo identificado anteriormente (a menos que haja um contexto, como por exemplo: “Eles são chatos e falaram mal de mim! – no contexto, sabemos que quem falou foram “eles”.)

Necessita-se de funcionários. (verbo transitivo indireto)

Nesse caso não é possível passar a oração para a voz passiva, o que também caracteriza a indeterminação do sujeito. Veja:

De funcionários são necessitados.

Além de o pronome em destaque “-se” funcionar como índice de indeterminação do sujeito, quando tentarmos trocar para a voz passiva, a preposição "De", necessariamente ficaria no início da frase, antes do sujeito mas como sabemos, o sujeito NUNCA deve ser precedido de preposição. Além disso, uma outra regra básica e de fácil memorização, é que NUNCA se é possível passar para  voz passiva verbos intransitivos ou verbos transitivos indiretos, como no caso do exemplo dado "necessitar".

Sujeito indeterminado: é aquele que não está expresso na oração, porque não se pode identificá-lo ou nomeá-lo.                                                               



Oração sem sujeito ou sujeito inexistente:


Há, por último, situações nas quais o sujeito é inexistente. São as orações sem sujeito. Para identificá-las, temos algumas regras:

  • Com verbo haver no sentido de existir:
                 bons restaurantes em Santo André.

  • Com os verbos haver, fazer e ir referindo-se a tempo decorrido: 
Faz muito tempo que não a vejo.
Morei em Ubatuba cerca de 7 anos.
Ia o tempo da Ditadura quando se casaram.

  • Com o verbo ser indicando tempo em geral:
       Era um período de verão maravilhoso!


  • Com verbos que denotam fenômenos da natureza em geral:
          Esfriou muito nessa semana.
          De noite choveu.

    Ventava forte em Cabo Frio.

Isso não ocorre quando os verbos têm sentido figurado:

Eles amanheceram irritados. (suj. simples – Eles.)

Oração sem sujeito: é aquela que se forma apenas pelo predicado, e não se refere a nenhum ser.




TIPOS DE PREDICADO

Temos 3 tipos de predicado na análise sintática. São eles:

Predicado nominal: o núcleo é um nome.

Você é um estudante inteligente.

O verbo “ser” é um verbo de ligação que não transmite informações sobre o sujeito, portanto o núcleo desse predicado é um nome, tornando-o um predicado nominal. Outros exemplos:
Durante a aula, ela pareceu-me nervosa.
                                                                              


Predicado verbal: o núcleo é um verbo.

As crianças comeram o bolo apressadamente.

Predicado verbo-nominal: há dois núcleos, um verbo e um nome.

Ele me contou tudo isso muito chateado.


Nesse caso, há um núcleo verbal (contou) e um núcleo nominal (chateado). Esse predicado é classificado como verbo-nominal.

É isso, pessoal! Esta foi o que podemos chamar de base para uma boa análise sintática. Sabemos que são muitas regras, mas estudá-las e entendê-las é fundamental para elaboração de boas construções.
Terminamos então a análise dos termos essenciais e a partir deles iremos estudar os termos integrantes da oração, que são objeto direto, objeto indireto, complemento nominal e o agente da passiva.


Com sujeito e predicado?

Ah, sem crises!



Acompanhe também em áudio, no podcast abaixo, ou clique aqui para fazer o download.




terça-feira, 12 de julho de 2011

Série Sintaxe - parte I


Oi, pessoal!

O Crase sem Crise está inovando! Agora temos também o formato podcast disponível para download para você, estudante e leitor do blog, acompanhar nossas matérias também em áudio e ouvi-las quando e onde quiser!

Espero que gostem, pois foi feito para vocês, leitores!

Bem-vindos à série: SINTAXE

Há muito tempo quero fazer uma série sobre análise sintática. Fui até mesmo cobrada quanto a isso. A SINTAXE tem um conteúdo extenso, então resolvi dividi-la por partes, de forma sucinta.


Antes de tudo, numa análise sintática precisamos reconhecer as diferenças entre FRASE, ORAÇÃO e PERÍODO.

Se alguém entrasse agora por sua porta e dissesse: “Fogo!”- o que você faria?

Obviamente sairia de onde está, pois o que você ouviu teve sentido completo. Isso é o que chamamos de FRASE. O mesmo ocorre com o enunciado: “Psiu!”


FRASE é o enunciado que possui sentido completo.

Por outro lado, se alguém disser a você: “Eu quero!” – automaticamente, pensaria, ou diria: “Quer o quê?”, uma vez que o que foi dito não teve sentido algum, daí fez-se necessária a pergunta de volta.

Ainda, se alguém dissesse: “O bebê nasceu!” – Talvez você até faça perguntas como “É saudável?” ou “É menino ou menina?”, mas a notícia do nascimento teve sentido completo.

Vemos então que o primeiro exemplo não teve sentido completo, mas o segundo sim. Então, o que os dois exemplos têm em comum, diferentemente do anúncio de “fogo”? Um VERBO. Isso é o que chamamos de ORAÇÃO

ORAÇÃO É o enunciado que possui um verbo ou uma locução verbal. Pode ou não ter sentido completo.


Desta vez, observando o título do poema de Camões "Amor é fogo que arde sem se ver", temos:

"Amor é fogo que arde” – uma FRASE organizada em uma ORAÇÃO, pois possui sentido completo e um verbo. (considerando que “é” é um verbo de ligação).

"Amor é fogo que arde sem se ver" – uma FRASE organizada em ORAÇÕES, pois possui sentido completo e dois verbos.

Os dois exemplos são denominados PERÍODOS, sendo no primeiro exemplo, um período simples – possui apenas uma oração - e no segundo exemplo, um período composto – possui mais de uma oração.

PERÍODO é a frase formada por uma ou mais orações.
O período simples é constituído por uma só oração.
O período composto é constituído de duas ou mais orações.

Podemos então entender que:

  • Toda frase tem sentido completo;
  • A oração pode ou não ter sentido completo;
  • Nem toda frase apresenta verbo;
  • Toda oração possui um verbo;
  • Todo período possui uma ou mais orações;
As análises sintáticas são feitas a partir da classificação de elementos que aparecem dentro de termos essenciais da oração. São estes:
Termos essenciais: Sujeito e predicado, responsáveis pela estrutura da oração;
Termos integrantes: Objeto direto, objeto indireto, complemento nominal e o agente da passiva. Complementam o sentido de verbos e nomes;
Termos acessórios: Adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto. Não são fundamentais, modificam ou especificam outros termos.

É isso aí, pessoal! A segunda parte da série Sintaxe dará início à análise sintática dos termos essenciais da oração Sujeito (tipos de sujeito) e predicado (tipos de predicado).

Confiram esta matéria no podcast abaixo.

Com a análise sintática? Sem crises!



Para download clique aqui

Matéria estudada tendo como base: GRAMÁTICA em textos - Ed. Moderna


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Projeto de Leitura - Prática de ensino.

Oi, pessoal!!

Quero apresentar a vocês nosso Projeto de Leitura e Prática de Ensino. O projeto faz parte do conteúdo da grade do curso de Licenciatura em Letras. Corresponde a 50 horas; desde a escolha do material até a apresentação do projeto em sala de aula.

Confiram!
Projeto de Leitura

Objetivo
           Incentivar a leitura em crianças em fase de alfabetização ou já alfabetizadas, a fim de desenvolver os comportamentos leitores e o gosto pela leitura.

Desenvolvimento
            Este projeto foi desenvolvido para ser apresentado no Colégio FAMARI – Educação infantil – Ensino fundamental – Ensino Médio, em Santo André.
            Foi escolhido o livro da escritora Ruth Rocha - “No caminho de Alvinho tinha uma pedra”. O título é uma intertextualidade com o famoso poema de Carlos Drummond de Andrade “No meio do caminho”. A leitura do livro de Ruth Rocha foi feita aos alunos de primeira e segunda séries do ensino fundamental, em sala de aula. A história foi contada seguindo as regras de entonação de fala entre os diálogos. Ao fim da leitura, perguntas foram feitas aos alunos com o objetivo de obter as impressões das crianças diante do texto, estimulando-as também a aprender a ouvir o que os colegas têm a dizer, e que houvesse interação. Foram perguntas do tipo: Quem gostou da história? Qual parte da história você mais gostou? Depois disso, foram distribuídos aos alunos, livrinhos com clássicos da literatura, como “Sete anões”, “Cinderela”, “A bela e a fera”, “O patinho feio”, entre outros, sugerindo que, após a leitura, as crianças trocassem seus livros com os colegas, incentivando a interação entre o grupo, e incentivando também a troca de ideias a respeito das histórias. Houve a preocupação em separar os livros com temas para meninos e para meninas. O livro de Ruth Rocha foi deixado disponível na biblioteca da escola, para que os alunos possam lê-lo quando quiserem.

Justificativa
            A escola tem um papel fundamental para garantir o contato com os livros desde a primeira infância: encantar-se com ilustrações e começar a descobrir as letras.
            Mesmo antes de aprender a ler, as crianças devem ter contato com a literatura, e, ao ver um adulto lendo, ao ouvir uma história contada por ele, ao observar as rimas, os pequenos começam a se interessar pelo mundo das palavras.
            Em entrevista à revista Nova Escola, da editora Abril, em edição especial de número 18, Ruth Rocha, quando perguntada sobre o que acha do estímulo à leitura por meio de atividades lúdicas, responde que concorda, “desde que as propostas sejam desenvolvidas com inteligência e não transmitam a ideia de que a folia  o divertimento têm um papel maior do que a própria leitura. Além disso, os professores deveriam ler os livros antes de indicá-los aos alunos.

Resultado
            O resultado obtido nesse projeto alcançou o objetivo. As crianças demonstraram uma reação muito positiva à história contada, participaram por comentar as histórias que mais gostam de ler e sentiram-se motivadas a ler e trocar entre elas os livrinhos que ganharam.

Conclusão
            Conclui-se que projetos de leitura são, na verdade, fundamentais para alunos do curso de Letras, tendo em vista que existe a oportunidade de estar em sala de aula, ganhado experiência por vivenciar comportamentos dos alunos e suas reações. Como educadores, devemos ter engajamento em incentivar a leituras e formar cidadãos não apenas alfabetizados, mas sim, letrados, com capacidade não apenas de ler, mas também de desenvolver opinião sobre assuntos no decorrer da vida escolar ou secular.




Projeto elaborado por Mônica Lima Falsarella, Marilene Alves e Evandro Correia.



sexta-feira, 10 de junho de 2011

"O Cortiço" - Aluísio de Azevedo - Resumo da obra

 O CORTIÇO

RESENHA

            Aluísio de Azevedo usa um discurso em terceira pessoa, com um narrador onisciente, desloca o foco narrativo da maneira que melhor lhe convém para contar a história de João Romão empregado de um vendeiro que, ao voltar para sua terra, deixou-lhe como pagamento de ordenados vencidos, a venda com o que estava dentro e mais um conto e quinhentos.
            João Romão, avarento e mercenário, juntou-se com Bertoleza, uma quitandeira que também trabalhava muito. Escrava de um senhor e viúva de um português, ela vinha guardando dinheiro para sua alforria e, com esse dinheiro, João Romão comprou o terreno onde começou a construção do cortiço.
            Instintivamente Bertoleza procurava alguém de uma raça superior, e por isso, juntou-se ao vizinho dando o máximo de si, trabalhando de sol a sol para ajudar o amante, que na ânsia do enriquecimento rouba, explora e até escraviza a companheira.
            O conflito começa quando Miranda, um rico atacadista de tecidos, se instala no sobrado, ao lado da taberna de João Romão, que fica cada vez mais determinado a enriquecer, construindo casinhas e alugando para brasileiros, portugueses, negros, mulatos; e o cortiço cresce e torna-se um agrupamento humano de pessoas excluídas, os pobres, os humildes e de todas as raças.
            Os preceitos naturalistas de que o meio determina o homem aparece quando moradores do cortiço, como Jerônimo, um homem forte, trabalhador e honesto que vivia para sua mulher Piedade se apaixona por uma morena, bonita e sensual que gosta festas a Rita Baiana e depois de deixar a esposa e viver com ela, passa a ser preguiçoso e malandro evidenciando a influência da cultura brasileira sobre a portuguesa.
            Quando Miranda recebe o título de barão, João Romão percebe que ter dinheiro não é suficiente e passa a ter desejos de ascensão social; ele reforma todo o cortiço e a sua taverna passa a um prédio melhor que o do vizinho, para mostra poder. Depois ele se aproxima de Miranda e pede a mão de sua filha em casamento para assim, ascender socialmente, tornando-se um aristocrata.
            Bertoleza, não aceita a traição do amante e exige desfrutar de tudo que construiu junto a ele, e passa a ser uma pedra no sapato de João Romão que planeja entregá-la ao herdeiro de seu dono. Ao perceber que foi enganada o tempo todo por João Romão e que não terá saída se não voltar à escravidão, Bertoleza se suicida, deixando livre o caminho para o sórdido João Romão.
            Aluisio de Azevedo descreve uma existência miserável e denuncia os preconceitos e a exploração do homem pelo mesmo homem, em o cortiço ele denuncia as diferenças, as mazelas sociais e morais da época.

            Os escritores naturalistas, como os realistas, procuraram dar ao texto um caráter imparcial, mais focado ao “olhar científico” com que buscam tratar as personagens. A descrição dos ambientes cria a realidade de maneira “fotográfica”, que montam um quadro final claro e preciso. Segundo o crítico Alfredo Bosi, o escritor naturalista Aluísio de Azevedo “[...] em O Cortiço atinou de fato com a fórmula que se ajustava ao seu talento: desistindo de montar um enredo em função de pessoas, ateve-se à sequência de descrições muito precisas onde cenas coletivas e tipos psicologicamente primários fazem, no conjunto do cortiço a personagem mais convincente do nosso romance naturalista.” (p. 190)

                        “Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. [...]”

            O crítico literário Domício Proença descreve esta característica da escola  literária, dizendo que “há no Naturalismo uma acentuada preferência por temas de patologia social com a mesma intenção realista de reformar a sociedade. Na obra são encontrados verbos e substantivos para mostrar a animalização das personagens. Além de referir-se a elas como “machos” e “fêmeas”, o narrador ainda usa verbos que normalmente são utilizados no trabalho com animais, como o verbo “escova”, geralmente usado no trato com éguas.

            “Escove-a, escove-a! Que a porá macia que nem veludo! [...]”

            A característica marcante do Realismo – Naturalismo é o esvaziamento dos ideais do Romantismo, que até então jamais mostraria a intimidade dos amantes, agora expõe a sexualidade explícita nos textos naturalistas.

            “[...] a cabeça ora para a esquerda, ora para a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal, num requebrado luxurioso e ofegante... a tremer toda, como se fosse afundando num prazer grosso que nem azeite... [...]”

            Nesse respeito, o crítico Antônio Cândido e José Aderaldo Castello, explicam esse esvaziamento do Romantismo como sendo “compreensível que os realistas e naturalistas preferissem temas ligados aos costumes regionais, aos aspectos sexuais da conduta, à análise psicológica, que aprofundaram singularmente”.
            A conclusão é que os escritores naturalistas pretenderam colocar a literatura como uma visão ou um olhar para a realidade, utilizando-se de determinismo, que apresenta o homem como produto do meio e do momento em que vive.

Bibliografia:
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. São Paulo: Pallus, 2002 – (Coleção Nossa Literatura) (p. 28, 29, 71)
BOSI, Alfredo, 1936 – História concisa da Literatura Brasileira – 43 ed. – São Paulo : Cultrix, 2006 (p. 190)
CÂNIDO, Antônio; CASTELLO, José Aderaldo. Presença as Literatura Brasileira: Do Romantismo ao Simbolismo – Ed. Difel. São Paulo, 1974 (p. 96)
PROENÇA, Domício. Estilos de época na literatura. Ed. Liceu; 4. Ed. Rio de Janeiro, 1973.