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terça-feira, 24 de novembro de 2009

Mas você adora um "Se"... - Funções do "SE"



“Se”
Djavan

Você disse que não sabe se não
Mas também não tem certeza que sim
Quer saber?Quando é assimDeixa vir do coração
Você sabe que eu só penso em você
Você diz que vive pensando em mim
Pode ser
Se é assim
Você tem que largar a mão do não
Soltar essa louca, arder de paixão
Não há como doer pra decidir
Só dizer sim ou não
Mas você adora um se...
Eu levo a sério, mas você disfarça
Você me diz à beça e eu nessa de horror
E me remete ao frio que vem lá do sul
Insiste em zero a zero e eu quero um a um
Sei lá o que te dá que não quer meu calor
São Jorge por favor me empresta o dragão
Mais fácil aprender japonês em braile
Do que você decidir se dá ou não.


Sem que percebamos, o pronome ou conjunção “se” é uma das palavras com mais funções na nossa língua. Na música, por exemplo, sem contarmos o título, ela aparece quatro vezes.
Analisaremos nessa matéria as muitas funções do “se” tanto na função sintática (função da palavra dentro de uma oração ou de uma frase), como morfológicas (que estuda as classes das palavras). Vamos lá?


Funções morfológicas:

1- Conjunção coordenativa

Equivale a "ou... ou,", "quer... quer" ou "seja... seja".

SE queremos, SE não queremos nos finaremos como todo ser vivo.
SE vote, SE não vote, você estará mal representado.
SE no começo, SE no fim das explicações, o uso do hífen continua confuso.

2. Conjunção subordinada

Une orações subordinadas.

a) Condicional. Introduz oração subordinada condicional.
SE a juventude soubesse, erraria menos; SE a velhice pudesse, erraria mais.
SE a oração subordinada vier antes da principal, será separada por vírgula.
A oração subordinada será separada por vírgula SE vier antes da principal.

b) Integrante. Introduz oração subordinada substantiva objetiva direta.
Não sei SE fico, não sei SE vou. Gostaria de saber SE ela ainda me quer.
Avise-me SE ela um dia despencar do céu.

3. Partícula integrante do verbo

Liga-se a verbos pronominais, os usados só na forma pronominal para exprimir sentimento ou mudança de estado: apiedar-se, arrepender-se, dignar-se, queixar-se, regozijar-se, suicidar-se, ufanar-se, zangar-se e outros. Tais verbos são sempre conjugados com um pronome pessoal oblíquo. Arrependo-me, arrependes-te, arrepende-se etc.
Ela SE queixava muito dele. Arrependeu-SE tarde demais.
Ele suicidou-SE (OU: SE suicidou) por causa das queixas.

Em algumas regiões, porém, os falantes usam tais verbos como não pronominais e, em outras, usam como pronominais verbos que não são:
Eu ARREPENDI (em vez de: ME arrependi) de ter votado no Lula.
O delegado disse que o homem SUICIDOU (por: SE suicidou) com três tiros.
Rui Barbosa ACORDAVA-SE (por: ACORDAVA) cedo todos os dias.

4. Partícula espontaneidade ou expletiva de realce

Aparece junto de verbos intransitivos apenas para realçar o sujeito; portanto, sem função sintática: o pronome pode ser eliminado sem prejuízo para a compreensão da frase.
Exemplos:
Ela foi-SE embora para não mais voltar.
Acabou-SE o que era doce.

5. Pronome apassivador ou partícula apassivadora.


Faz parte da formação da voz passiva sintética apenas com verbos transitivos diretos e transitivos ao mesmo tempo diretos e indiretos.

Exemplos:
Viam-SE ao longe os pássaros esvoaçantes. Vendem-SE deputados e senadores. Aquela habilidade SE aprende (aprende-SE) na escola.
Na linguagem oral, muitas vezes se ignora a concordância, que alguns consideram artificial. O que resulta em casos como "Via-se ao longe os pássaros esvoaçantes", com o sujeito indeterminado. Nota-se a tendência na escrita, mas convém evitar em provas ou textos oficiais.

6. Pronome reflexivo

Liga-se ao verbo na voz reflexiva como pronome pessoal oblíquo átono, revelando o papel de paciente da coisa ou indivíduo apontado pelo sujeito. Equivale à expressão "a si mesmo".

Magoou-SE ao ouvir as acusações injustas. A floresta estende-SE a perder de vista. Maria SE refugiou da chuva. Criou-SE ouvindo Mozart. Ele SE considera livre.

Funções Sintáticas:

Como pronome, o SE exerce quatro funções sintáticas.

1 Sujeito do infinitivo.
É o caso das orações subordinadas reduzidas com verbos no infinitivo, do qual o SE funciona como sujeito.

Como não havia outro jeito, o bom Jesus deixou--SE matar.
Sentiu-SE enfraquecer e caiu no gramado.
Fez-SE ouvir com um grito.

De acordo com a gramática tradicional, o SE, portanto, é sujeito do infinitivo (matar, enfraquecer, ouvir) e objeto direto do verbo flexionado (deixou, caiu, fez).

2 Objeto direto. Complementa o sentido do verbo transitivo direto com sujeito animado.

Ele SE recusa a cumprir ordens.
Cansou-SE de trabalhar por salário tão vil.
Levantou-SE pronto para lutar.

3 Objeto indireto. Serve de complemento indireto apenas se o verbo for transitivo direto e indireto.

Ele SE impôs um regime férreo para perder a pança.
Lula SE dá o direito de decidir tudo nas questões internacionais.

4 Índice de indeterminação do sujeito.

Conhecido também como símbolo de indeterminação do sujeito, pronome apassivador impessoal e pronome impessoalizador. Liga-se somente a verbo intransitivo ou transitivo indireto, que aparece apenas na terceira pessoa do singular.

Trata-SE de um Congresso extremamente laborioso o nosso.
Precisa-SE de candidatos honestos.
Louva-SE aos deputados pela criação de mais de 7 mil vagas de vereadores.
Assim SE vai aos cafundós.


Matéria baseada na revista Língua Portuguesa - Nov/2009 - Editora Seguimento por Josué Machado

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