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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Feliz 2011!!!



              Agradeço aos leitores e seguidores do blog pela presença e pela confiança que depositaram  nesse trabalho durante o ano de 2010. 

          Em cada matéria postada aprendo muito também! Portanto vamos continuar aprendendo e somando conhecimento em nossas vidas no ano que se inicia!


        Desejo que o ano de 2011 seja repleto de alegrias, realizações, paz, saúde e amor para todos!



Sem crises...


Mônica 

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Entrevista

Oi, pessoal!!

Recentemente, fui convidada através de um comentário no blog, pela estudante de Jornalismo da UNAERP, Bruna Zanuto, a conceber uma entrevista para um trabalho acadêmico muito interessante, que tratava de blogs auxiliam no processo de tirar dúvidas sobre as mudanças da reforma ortográfica.

Para mim foi um prazer participar, e agora quero dividir com vocês! Confiram o convite, a entrevista completa e, nesse link, o trabalho finalizado e publicado na agência de notícias da universidade:










Nome completo: Mônica Lima Falsarella
Formação:
Graduanda do 3º semestre em Letras Português/Inglês (1 º sem. 2011)
Função dentro do blog:
Redatora
Há quanto tempo existe o blog?
1 ano e 2 meses
De qual cidade você é? Santo André - SP

-Como surgiu a ideia de fazer um blog relacionado à Língua Portuguesa?
A ideia acerca do blog surgiu quando eu mesma me deparei com dúvidas em relação à hifenização, de acordo com as novas regras ortográficas. Realizei pesquisas e visitei sites muito bons. O desejo de ingressar na faculdade de Letras surgiu instantaneamente, e com ele a vontade de dividir conhecimento com quem tivesse interesse. A criação do blog foi despretensiosa, pois eu nunca imaginei que ele seria uma referência de estudos em mais de 220 diferentes cidades do Brasil, tendo agora cerca de 1500 acessos ao mês.
-Há um grande interesse dos internautas em relação à nova grafia?
Sim. A reforma ortográfica gera muitas dúvidas.

-Quais são as dúvidas mais frequentes?
Utilizo o Google Analytcs como ferramenta de acesso às palavras-chave utilizadas pelos internautas nas buscas no Google, que resultam em acessos ao Crase sem Crise. A palavra campeã é "crase", talvez pelos caracteres da palavra, que direcionam ao blog, mas a procura através das palavras "reforma ortográfica" aparece em segundo lugar.

-Em média, quantas dúvidas são postadas na página virtual?
O púbico que acessa o Crase sem Crise tem o hábito de enviar dúvidas por e-mail. Há uma frequencia semanal de perguntas, e quando estas servem de base, elaboro matérias específicas.

-Qual o perfil das pessoas que mais acessam e tiram dúvidas via internet? (universitários, colegiais, vestibulando, concurseiros).
Todas as pessoas que precisam ou gostam de escrever, independentemente de faixa-etária, porém, o acesso durante o ano letivo é consideravelmente maior do que durante as férias, o que evidencia que os estudantes são o principal púbico-alvo. O blog contém matérias que atingem tanto estudantes universitários como de ensino fundamental e médio, além conter dicas para vestibulandos, concurseiros e profissionais do ramo empresarial.

Você acredita que é importante a internet como ferramenta auxiliar na divulgação e ensino da Nova Reforma Ortográfica?
Sim. A internet revolucionou a comunicação no mundo, facilitando a vida das pessoas em muitos segmentos, e não poderia ser diferente na educação. São muitas mudanças que, por sua vez, geram muitas dúvidas até mesmo aos gramáticos e literatos e, sendo a internet uma ferramenta de fácil acesso, permite que as respostas sejam encontradas de forma rápida.

-Como é organizado o trabalho no site, para responder à demanda de perguntas?
O Crase sem Crise é administrado apenas por mim. Levo em conta a importância do tema sugerido, ou dúvida levantada, e a quantidade de perguntas relacionadas ao mesmo tema, e a partir daí eu crio a matéria. O conteúdo que estudo na faculdade também é repassado para o blog, como análise de obras literárias, etc.

-Há um guia ou manual que você segue para poder responder as perguntas dos internautas?
Sim. Utilizo livros acadêmicos como gramáticas, dicionários e outros livros cujos autores são críticos literários. Tais ferramentas me dão suporte seguro na elaboração de matérias, além de contar sempre com minhas professoras universitárias, que estão sempre prontas para tirar as minhas dúvidas. A experiência delas é o melhor manual.

-Como surgiu a ideia de ajudar os leitores que já saíram das escolas, mas possuem dúvidas da nova grafia?

A ideia do blog é ajudar a todas as pessoas que tenham dúvidas relacionadas à Língua Portuguesa, independentemente de terem terminado ou não seus estudos. A reforma ortográfica gera dúvidas até mesmo em quem lida diariamente com o ensino da nossa Língua.

-Desde quando a página virtual disponibilizou esse espaço para perguntas dos internautas?
Desde sua criação, o blog está aberto para perguntas dos leitores.

-Você acredita que se a Reforma acontecesse antes da informatização, haveria uma demora maior para as pessoas fixarem as novas regras?
Sim. Livros específicos sobre a Reforma Ortográfica ainda são novidade. As gramáticas geralmente têm custo elevado, e nem todas as pessoas sabem em quais livros encontrar as repostas de suas perguntas. O alcance da informação através da internet, hoje faz toda a diferença na educação.

-Quais são os pontos positivos e negativos do processo de tirar dúvidas pela internet?
O ponto positivo, como comentado, é obter respostas às dúvidas de forma rápida de qualquer lugar do mundo. O ponto negativo é que existe o risco de obter informação incompleta ou incorreta. Alguns critérios devem sempre ser utilizados pelo internauta. Deve-se levar em conta a confiabilidade e idoneidade do site ou blog acessado. Para mim é muito gratificante saber que o Crase sem Crise tem ajudado a agregar conhecimento a um número tão grande de pessoas de diversas cidades do Brasil.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Vilela, que amava Rita, que amava Camilo, que amava Rita... Análise do conto "A Cartomante" - Machado de Assis

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                                              Literatura Brasileira - REALISMO

                                    Análise do conto "A Cartomante" - Machado de Assis

                                                       Por Mônica Lima Falsarella




Síntese


A história se passa no Rio de Janeiro, em meados de 1869, e se inicia com uma conversa entre Rita, casada com Vilela, e Camilo, seu amante. Rita disse a Camilo que visitou uma cartomante, por causa do medo que sentia de perdê-lo. Camilo, cético religioso riu de Rita, e assegurou-lhe de que a amava, e que caso houvesse dúvida, seria melhor consultá-lo.
A amizade de Camilo e Vilela era antiga, mas a morte da mãe de Camilo foi o fator mais importante para que houvesse uma aproximação entre Rita e Camilo, pois Rita "cuidou de seu coração", ao passo que Vilela, seu amigo, cuidou dos procedimentos para o enterro. Durante um bom tempo de convívio, Camilo foi seduzido por Rita, e os dois se encontravam às escondidas. Certo dia, Camilo recebeu uma carta anônima que dizia que a "ventura" do casal já era sabida por todos.
Depois da carta, os encontros foram menos frequentes, o que causou mais insegurança ainda à apaixonada Rita, que procurou novamente os serviços da cartomante que, novamente, restabeleceu-lhe a confiança.
Tempo depois, após meses que Camilo não ia à casa de Vilela, ele recebeu um bilhete, no qual Vilela o chamava com urgência para ir à casa dele. Com medo, Camilo passa a suspeitar que Vilela havia descoberto seu relacionamento com Rita. Ele se dirige à casa de Vilela, porém no caminho, decide visitar a cartomante.
A cartomante tranquiliza-o, dizendo que ele poderia ir tranquilo, pois não iria acontecer nada a ele nem a ela. Camilo paga bem a cartomante, e sai maravilhado e muito mais calmo em direção à casa de Vilela.
Quando chegou a casa, mesmo antes de bater na porta, Vilela apareceu. Camilo perguntou-lhe o que queria, mas Vilela não respondeu nada. Com o rosto sem expressão, Vilela fez sinal para que Camilo e ele subissem à sala superior. Camilo gritou ao ver Rita ensanguentada e morta, então Vilela pegou-lhe pela gola e deu-lhe dois tiros e estirou-lhe no chão.

Biografia

Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 1839-1908) nasceu no Morro do Livramento, sendo seu pai carioca, de cor escura, pintor de paredes, porém, homem de alguma instrução, e sua mãe, portuguesa da Ilha de São Miguel. Perdendo essa aos dez anos, o pai casa-se com Maria Inês, que se encarregou de sua criação, ainda depois da morte do pai, em 1851. Foi sempre autodidata. Começou como aprendiz-tipógrafo na Imprensa Nacional, depois revisor na livraria de Paula Brito e no Correio Mercantil, e a seguir redator no Diário do Rio de Janeiro. Aos trinta anos casa-se com Carolina Augusto Novais, moça portuguesa educada e de família de intelectuais. Esta faleceu em 1904 e não lhe deu filhos. Ingressando no funcionalismo público, Machado de Assis ocupou sucessivamente todos os postos, desde amanuense até diretor geral de contabilidade, em 1902, no ministério da Aviação. Apesar da serenidade que o autor aparentava, o prazer de viver tinha mesmo se esvaído com a ausência de Carolina. Em 19 de setembro, às 3h 20 da madrugada, morre Machado de Assis, vítima de uma úlcera cancerosa.

Contexto histórico do Realismo

O Realismo é uma escola e/ou movimento literário cujo início ocorreu na França. Opunha-se ao idealismo romântico, propondo uma representação, agora mais objetiva e fiel da vida humana. O romance passa a ser meio de crítica à sociedade e suas instituições, denunciando a classe burguesa e sua hipocrisia e corrupção. Era atribuído às obras um valor de documento de identidade. Personagens são criados com base na observação direta da realidade. Na Europa, seu início se deu em 1857, com a publicação do romance Madame Bovary, de Gustav Flaubert.
A burguesia começa a firmar-se. As ideias liberais provocam agitações políticas em muitos países.
Os métodos de experimentação e observação da realidade, a partir dos quais as ciências naturais se desenvolvem, passam a ser considerados os únicos capazes de explicar o mundo físico.
No Brasil, o Realismo ocorreu entre os anos de 1880 e 1900. Ainda no início desse período, o Brasil monarquista anda era um país agrário e escravocrata, ao contrário do que ocorria na Europa, onde a industrialização começava a tomar conta dos países.

Os principais fatos históricos no Brasil nesse período foram:
  • Abolição a Escravidão (1888);
  • Proclamação da República (1889);
  • Revolução Federalista – Rio Grande do Sul (1893-1895)
  • A Revolta da Armada – Rio de Janeiro (1893-1893)
  • Rebelião dos Canudos – Bahia (1896-1897)
Elementos da narrativa

Foco da narrativa: 3ª pessoa. O narrador é onisciente, o autor conhece os fatos e conta a história como observador. 


Discurso: O discurso na obra é o direto, pois o autor reproduz integralmente o diálogo.



Linguagem: A linguagem é linear, pois o tempo, o espaço e os personagens são apresentados de maneira lógica.


Importância da obra na escola literária: Realismo


Tendo em vista que romance passa a ser meio de crítica à sociedade e suas instituições, denunciando a classe burguesa e sua hipocrisia e corrupção, o conto traz o duro olhar de Machado de Assis sobre a sociedade burguesa da época.

Personagens:

Relação quanto à importância e características dos personagens na obra:

A cartomante: As características físicas da cartomante constam do fragmento: “Era uma mulher de quarenta anos, italiana, morena e magra, com grandes olhos sonsos e agudos (...) com longos dedos finos, de unhas descuradas (...).” Seu papel na narrativa é de personagem primário, pois está presente e representativa na história. É classificada também como antagonista, pois se opõe ao protagonista, sendo uma espécie de anti-herói. No que se refere ao tipo de personagem, pode ser classificada como “personagem tipo” por representar uma profissional, o de cartomante e ao mesmo tempo é “plana”, pois não demonstra grandes surpresas no decorrer de sua aparição na obra.
Camilo: As características físicas de Camilo constam do fragmento: “(...) Camilo vinte e seis. (...) era ingênuo na vida moral e prática. Faltava-lhe tanto a ação do tempo, como os óculos de cristal, que a natureza põe no berço de alguns para adiantar os anos”. Seu papel na narrativa é de personagem primário, pois está presente e representativo na história. No que se refere ao tipo de personagem, pode ser classificado como “personagem tipo” por representar um profissional, o de funcionário público, como lemos no fragmento: “Camilo entrou no funcionalismo contra a vontade do pai (...)”, e ao mesmo tempo é “plano”, pois não demonstra grandes surpresas no decorrer de sua aparição na obra.
Rita: As características físicas de Rita constam do fragmento: “(...) era graciosa e viva nos gestos, olhos cálidos, boca fina e interrogativa. Era um pouco mais velha que ambos: contava trinta anos. Seu papel na narrativa é de personagem primário, pois está presente e representativa na história. No que se refere ao tipo de personagem, Rita é “plana”, pois não demonstra grandes surpresas no decorrer da obra.
Vilela: As características físicas constam do fragmento: “(...) o porte grave de Vilela fazia-o parecer mais velho que a mulher (...). Seu papel na narrativa é de personagem secundário, pois quase não aparece atuante em diálogos no decorrer da história, porém, é o antagonista, uma espécie de anti-herói, que causa o desfecho trágico da história. 


Espaço

Há, na obra, espaços abertos e fechados, pelos quais a história se desenvolve. As ruas do Rio de Janeiro são os espaços abertos, sendo citadas por muitas vezes, fazendo com que o leitor acompanhe detalhadamente caminhos percorridos pelas personagens, como lemos no fragmento: “Esta desceu pela rua das Mangueiras , na direção de Botafogo, onde residia; Camilo desceu pela Guarda Velha, olhando de passagem pela casa da Cartomante.”
Porém, o espaço mais importante na obra é fechado, pois os principais acontecimentos da narrativa se passam dentro da moradia da Cartomante conforme lemos no seguinte fragmento:
 “(...) subiram então ao sótão, por uma escada ainda pior que a primeira e mais escura. Em cima, havia uma salinha, mal alumiada por uma janela que dava para o telhado dos fundos. Velhos trastes, paredes sombrias, um ar de pobreza, que antes aumentava do que destruía o prestígio.”


Tempo
O tempo na obra é cronológico, pois contém marcadores explícitos de temporalidade, como lemos no fragmento: “(...) numa sexta-feira de novembro de 1869(...)” ou “(...) era perto de uma hora da tarde (...)”, e, além disso, os acontecimentos da narrativa são organizados de uma forma que o leitor é capaz de organizar cronologicamente o tempo em que eles ocorreram.


Contextualização com a atualidade e conclusão

O conto “A cartomante” faz-nos refletir a respeito do destino. A vida humana, ou os fatos que vivemos, não podem ser predeterminados. Os humanos não têm necessidade de se iludir com cartomantes ou adivinhos.
Inicialmente, Camilo era cético em relação a religiões crendices. Temos isso no seguinte fragmento: “No dia em que deixou cai toda essa vegetação parasita, e ficou só o tronco da religião, ele, como se tivesse recebido da mãe ambos os ensinos, envolveu-os na mesma dúvida, e logo depois em uma só negação total. Camilo não acreditava em nada.”
            O fato é que Camilo era cético religioso, mas, talvez por desespero, passou acreditar no que a cartomante disse, e isso colaborou para que sua vida fosse abreviada.
            Podemos contextualizar “A cartomante” com os dias atuais no que se refere às ilusões que são vividas por muitos, de buscar esse tipo de ajuda, iludindo-se com oportunistas, cujos objetivos não passam de obter lucros de pessoas, geralmente desesperadas.



Bibliografia:


Assis, Machado de, 1839-1908
            A cartomante e outros contos / Machado de Assis ; orientação pedagógica e notas de leitura Douglas Tufano – 3. Ed – São Paulo: Moderna, 2004 – (Coleção Travessias)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Marília de Dirceu de Tomás A. Gonzaga- Resenha Crítica



Literatura Brasileira - ARCADISMO


Marília de Dirceu - Tomás Antônio Gonzaga




RESENHA CRÍTICA - Por Mônica Lima Falsarella
                             

            Esta resenha refere-se à obra Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, 2ª edição 2010, Editora Martim Claret Ltda.

            O autor da obra “Marília de Dirceu”, Tomás Antônio Gonzaga, nasceu em Porto (Portugal) em 1744 e veio com sua família para a Bahia ainda pequeno. Formado na universidade de Coimbra, exerceu em Vila Rica - MG, o cargo de ouvidor. Preso como inconfidente, foi deportado para Moçambique, onde reconstituiu a vida. Lá faleceu em 1810. A obra foi escrita durante o período em que o autor estava encarcerado, e segue as normas da escola literária da época: o Arcadismo. A estrutura dos versos varia um pouco. São  estruturados em quatro sílabas, de redondilha menor e de dez sílabas ou decassílabos, de redondilha maior. A intenção era de passar ao leitor a simplicidade, também característica marcante do Arcadismo.
            O foco da narrativa é a 1ª pessoa. O autor é onipresente. Apesar de utilizar vocativos para chamar Marília, não se trata de um diálogo, portanto, é um monólogo, e o discurso é direto, pois o emissor é o narrador. Suas liras expressam a paixão que o poeta sentia pela jovem Maria Dorotéia, moça de 16 anos, com quem chegou a ficar noivo, apesar de ser bem mais velho.
            Antônio Cândido faz a seguinte citação nesse critério: "talvez a circunstância de namorar uma adolescente rica (ele, pobre e quarentão) tenha exarcebado essa tendência, que seria além disso,  exibicionismo compreensível de homem apaixonado."
            A obra é dividida em duas partes. Na primeira, as liras têm um caráter mais otimista e esperançoso. Dirceu (pseudônimo árcade do poeta) descreve Marília e a vida futura que ambos terão quando casados. A segunda parte foi composta na prisão, e nelas predominam os sentimentos de melancolia, como saudade e tristeza.
            As referências bucólicas, singelas e a criação do locus amoenus constoem um ambiente que caracterizou o Neoclassicismo. Nos versos do poema lemos referências ao gado que pasta, aos pastores nos montes, às ovelhinhas, à vida tranquila e natural.
“Marília de Dirceu” é leitura obrigatória, como todos os clássicos da literatura, principalmente por servirem de meio de informação de cultura, estilos de épocas e escolas literárias, etc. O lirismo existente em “Marília de Dirceu” é envolvente e gracioso, tanto no aspecto estético como no sentimentalismo de romance amoroso, desenvolvidos da mais bela forma por Gonzaga.
É uma declaração de amor explícita, feita em características árcades, mas que ultrapassaram seu tempo no que se refere ao aspecto estético da obra e ao sentimentalismo do Eu-lírico.
Certamente, todas as mulheres querem ser amadas como Marília, e todos os homens desejam ter uma Marília em suas vidas.



Mônica Lima Falsarella, acadêmica do segundo semestre de Letras da universidade UNIESP – Santo André.

Biografia: Abaurre, Maria Luiza M.
Literatura Brasileira: Tempos, leitores e leituras, volume único – São Paulo : Editora Moderna, 2005

http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?p=resumos/docs/marilia

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Dilma Rousseff: Presidenta ou presidente? - Flexão de gênero - MORFOLOGIA


Oi, pessoal!


Durante o processo das eleições, e, principalmente após a definição de quem governará nosso país pelos os próximos quatro anos, surgiram dúvidas de como chamar Dilma Rousseff: Presidenta ou Presidente da República?

Na minha humilde opinião, soa com muito mais “brilho” o uso de “a presidente da república”, mas vamos consultar nosso “pai”, o dicionário Antônio Houaiss, para termos uma definição do significado e escrita:

pre.si.den.te: s.2g 1 quem dirige os trabalhos em um congresso, assembleia, tribunal etc. 2 título oficial do chefe do governo no regime presidencialista 3 título oficial do chefe da nação nas repúblicas parlamentaristas GRAM/USO o fem. presidenta tb. é us.




A dúvida já está respondida. O termo “presidenta” pode ser utilizado, porém temos na palavra “presidente” um substantivo comum de dois gêneros (s.2g). Para entendermos, vamos definir como se classificam os gêneros dos substantivos.

Este estudo, dentro da morfologia, é chamado de Flexão de Gênero.

Em português, geralmente a flexão de gênero é feita pela troca de –o por –a o com o acréscimo da vogal –a, no final da palavra:

cozinheiro – cozinheira
doutor – doutora

Cuidado: não se pode confundir o gênero da palavra com o sexo do ser, objeto ou coisa:

o grama (peso)                        o telefonema               a comichão


Substantivos uniformes:

Apresentam uma única forma para os dois gêneros e são classificados em comuns de dois gêneros, epicenos e sobrecomuns.


Substantivos comuns de dois gêneros:

Admitem a mesma forma para o masculino e para o feminino. Para diferenciar seu gênero, colocamos antes ou depois deles um artigo, pronome adjetivo ou adjetivo. Exemplos:

o/a presidente             um/uma paciente                   outro/outra mártir
o/a imigrante              este/esta colega                      novo/nova agente
o/a artista                   aquele/aquela cliente             modelo lindo/linda


Epicenos:

Designam animais e algumas plantas, e são invariáveis. Diferencia-se o sexo pelo emprego da palavra macho ou fêmea:

a baleia-azul macho                a baleia-azul fêmea
o mamoeiro macho                 o mamoeiro fêmea

Sobrecomuns:

Referem-se a seres humanos. Usam-se as expressões do sexo feminino ou do sexo masculino:

a criança (do sexo feminino ou masculino)
o indivíduo (do sexo feminino ou masculino)
a testemunha (do sexo feminino ou masculino)
o cônjuge (do sexo feminino ou masculino)

Substantivos biformes:

Apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino:

ator – atriz                  monge – monja                      elefante – elefanta
cidadão – cidadã        ladrão – ladra                        cavalheiro – dama
cavaleiro – amazona  zangão – abelha                     genro – nora


Há substantivos que mudam de sentido quando se troca o gênero. São chamados de substantivos de gênero aparente:

o capital (dinheiro)                 a capital (cidade principal)
o guia (acompanhante)           a guia (documento)
o grama (peso)                       a grama (relva)

É isso, turma! O termo “a presidenta” está gramaticalmente correto, porém, o termo “a presidente” continua sendo mais utilizado dentro das normas cultas de linguagem.



Sem crises com a escrita, pronúncia e, esperamos sinceramente, com o governo da presidente eleita...



Fonte de pesquisa: Gramática em textos - Leila Lauar Saramento - Editora Moderna

domingo, 17 de outubro de 2010

Sintaxe à vontade!!

Oi pessoal!!

Recebi esse vídeo da professora  e coordenadora do curso de Letras da UNIESP, Daniele Pagani, e achei por bem dividi-lo com vocês!!

Para nós, apaixonados pela Língua!!

Sintaxe à vontade!!!


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Formação das palavras - MORFOLOGIA


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Oi pessoal!

O acesso à matéria Estrutura das palavras foi muito significativo, portanto, sinto-me na obrigação de concluir essa etapa da morfologia com o processo de Formação de palavras.

Já vimos que os morfemas são as unidades mínimas significativas das palavras, e que as palavras podem apresentar em sua estrutura elementos mórficos denominados radical, afixo, desinência, vogal temática, vogal e consoante de ligação.

No processo de Formação das palavras, muitas vezes as palavras existentes não expressam na íntegra os sentimentos ou ideias, e a partir delas são criados novos vocábulos, novas palavras.

Na formação de novas palavras existem dois processos básicos: Derivação e Composição, e cada um desses processos tem suas ramificações. Vamos por partes, começando pelas definições.

Formação de palavras: Conjunto de processos da Morfossintaxe que permitem a criação de vocábulos novos, com base em radicais.
                  
Derivação: Formação de palavra (derivada), a partir de uma palavra primitiva, com acréscimo de prefixo e/ou sufixo.

Derivação prefixal ou prefixação:

Acrescenta-se um prefixo a um radical ou a uma palavra primitiva, cujo sentido se altera.

Incapaz           antebraço        reeditar           vice-diretor     premeditar


Derivação sufixal ou sufixação:

Acrescenta-se um sufixo ou radical ou a uma palavra primitiva (que pode mudar o significado), ou de classe gramatical.

furioso            pescador         fechadura       róseo   febril   corrigível


Derivação prefixal ou parassíntese:

Acréscimo simultâneo de um prefixo e de um sufixo a um mesmo radical ou à palavra primitiva. Se for retirado da palavra o prefixo ou o sufixo, a palavra não apresentará um sentido completo.

acariciar         ensaboar         amadurecer                esfriar


Derivação prefixal e sufixal:
Acrescenta-se um prefixo e um sufixo a um mesmo radical em sequência, ou seja, os sufixos não são anexados ao mesmo tempo. Mesmo que seja retirado o prefixo ou sufixo, a palavra ainda apresenta um sentido completo.

desobediência                        indispensável              reposição        desigualdade


Derivação regressiva:


Subtrai-se a parte final de uma palavra primitiva e, por meio dessa redução, obtém-se uma palavra derivada. Formam-se principalmente substantivos a partir de verbos, em geral da primeira e segunda conjugações.


primitiva -   derivada:
perder - perda
cortar – corte
apelar – apelo
censurar – censura

Nos casos em que é o verbo que se forma a partir do substantivo, quando esse substantivo representa objeto ou substância não exprime ação. Portanto o verbo constitui a palavra derivada, e o substantivo é a palavra primitiva. Veja:


primitiva - derivada:
planta – plantar
perfume – perfumar
alimento – alimentar

Derivação imprópria:

Mudança de classe gramatical sem que haja modificação em sua forma. Observe:

O sábio e o justo nem sempre veem lado a lado.

As palavras sábio e justo assumiram função de substantivo, sendo eles adjetivos. Poderiam, adequadamente, ser substituídos por sabedoria e justiça, respectivamente.


Com o tempo o viver trouxe-lhe experiências.

O verbo viver assumiu forma de substantivo. Poderia, adequadamente, ser substituída por vida.



Composição por justaposição:

Os radicais ou palavras se unem sem nenhuma alteração fonética ou gráfica, ou seja, prevalecem com a mesma pronúncia e escrita, sendo ligados ou não, por hífen.

passatempo     quinta-feira     sempre-vivas     bumba-meu-boi    girassol       tique-taque

Composição por agluinação:

As palavras ou radicais fundem-se e ocorre a perda ou a alteração fonética ou gráfica, ou seja, conservam a mesma pronúncia e escrita, sendo ligados, ou não, por hífen.

planalto (plano + alto)

vinagre (vinho + acre)

embora (em + boa + hora)



Outros processos de formação de palavras:

Estrangeirismos: Empréstimos linguísticos provenientes de língua estrangeira em diferentes épocas, palavras geralmente escritas em itálico:

show                air-bag                        shopping         check-out

Hibridismo: há combinação ou união de palavras em cuja formação entram elementos de línguas diferentes.

surfista (inglês e grego)
reportagem (inglês e latim)
sociologia (latim e grego)

Abreviação ou redução vocabular: resulta da eliminação de um segmento da palavra para se obter uma forma mais curta, que tem o mesmo significado da palavra original.

pornô (pornográfico)
otorrino (otorrinolaringologista)
moto (motocicleta)


Onomatopeia: imitação de sons, ruídos e vozes de animais que são reproduzidos pela formação de uma palavra nova.


 Siglonimização: Siglas, que resultam da combinação das letras iniciais da palavras que formam um nome.

CPF: Cadastro de Pessoa Física
FMI: Fundo Monetário Internacional

Palavra-valise: formada tanto linguagem colonial, como no padrão culto, pela fusão de duas palavras; no processo, ao menos uma sofre truncamento:

portunhol (português e espanhol)
showmício (show e comício)
bebemorar (beber e comemorar)
Flaflu (Flamengo e Fluminense)


É isso, turma! Concluimos o processo de estrutura e formação de palavras no estudo da Morfologia.


Fonte: SARAMENTO, Leila Lauar - Gramática em textos - Editora. Moderna.


Sem crises...


Mônica

domingo, 29 de agosto de 2010

O Enigma do Guarda Roupa - Dica de leitura!

Oi pessoal!!

Apresento-lhes o livro O Enigma do Guarda Roupa, escrito por Sérgio Simka e Luana McCain.


Para mim é um prazer participar da divulgação do livro, pois é o primeiro de uma série escrita por uma colega da mesma universidade que estudo, o que me enche de orgulho e expectativas.  Também tive a honra de conhecer Sérgio Simka, e tenho certeza que essa parceria trará muitos frutos, e os mais beneficiados seremos nós: os leitores.


O Enigma do Guarda-Roupa é o primeiro volume da série Horror, composta por cinco títulos independentes, cujo objetivo é proporcionar calafrios de medo no leitor, mediante histórias arquitetadas no sobrenatural e nas profundezas da mente humana.
Com enredos simples, capítulos curtos e linguagem rápida, sem rodeios, os livros pretendem alcançar o público que não dispõe de tempo suficiente para leituras áridas, menos ainda o de fazer longos exercícios de imaginação.
Pretendem, também, transformar o ato de ler em momentos inesquecíveis, de modo que estes despertem o interesse, a curiosidade e motive o leitor a encantar-se com o universo da leitura.


Deliciem-se com um trecho do livro:

“Tudo indicava que eu ia cair feito banana podre.
No entanto, mãos me agarraram.
Puxaram-me. Deitei-me nas telhas. Respirei serenamente.
Imaginei serem as mãos abençoadas do meu irmão ou da minha mãe. Olhei ao redor.
Não havia ninguém.
A quem pertenciam aquelas mãos, então?”



Sobre os autores:

Sérgio Simka

É professor universitário e escritor. Fundador e coordenador do Grupo de Escritores da Universidade do Grande ABC (UniABC), de Santo André-SP, e coordenador do curso de Letras das Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP).

Luana McCain

Cursa Letras na UNIESP (antigo IESA), em Santo André-SP.

Seri

É jornalista e ilustrador. Trabalha no jornal Diário do Grande ABC, de Santo André-SP.


O Enigma do Guarda Roupa já pode ser adquirido nas livrarias Saraiva e Cultura.

Segue o link da editora Iglu:

http://www.iglueditora.com.br/livros/Geral/page:1



É isso aí, turma, fica aqui a dica!



Sem crises, e sim, uma boa leitura!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Estrutura das palavras - Morfologia

Oi, pessoal!

Inicialmente peço desculpas pela ausência nos últimos meses, e agradeço a todos os seguidores que enviaram e-mails carinhosos, sugestões de matérias, bem como dou boas-vindas aos novos seguidores, que hoje já totalizam 61!
Agradeço também aos outros seguidores, sim, àqueles internautas anônimos que utilizam o blog como de ferramenta de estudo, fazendo buscas no Google como: “Reforma Ortográfica – blog Crase sem Crise” (Tocantins), ou "blog de Mônica que fala de uma resenha do filme escritores da liberdade" (Natal). Confesso que achei essa última muito fofa! Fico muito feliz em saber que em mais de 200 diferentes cidades do Brasil o blog está sendo referência para agregar conhecimento.


Se levarmos em consideração o fato de que a Língua Portuguesa, assim como todas as outras línguas são constantemente mutáveis, sabemos que estamos em constante e eterna aprendizagem. Hoje, nossa matéria abordará a Estrutura das Palavras, dentro do estudo da Morfologia. Não se assustem, pois, como sempre ocorre na Gramática, as nomenclaturas são complexas, porém, é um estudo de fácil entendimento. Então, chega de ladainha! Vamos às regras?


Morfologia

Estrutura das palavras



Cada palavra apresenta em sua estrutura diferentes elementos, que chamados morfemas ou elementos mórficos. Estes elementos são indivisíveis, e são classificados como: radical, afixo, desinência, vogal temática, vogal e consoante de ligação.

Vejamos um por um desses elementos.

Radical: É o elemento básico da palavra. Não apresenta variação, apenas seu significado.

Flor-es            flor-icultura    flor-ecer

As palavras que têm o mesmo radical da mesma família são chamadas palavras cognatas.

Há palavras que apresentam somente o radical. Exemplo:

Sol       voz      gol       sabor

Afixo: Elemento que, ao juntar-se com o radical, forma outra palavra. Temos dois tipos de afixos: o prefixo, que é colocado antes do radical e sufixo que é colocado depois do radical.

des-povoado (des-  prefixo)
flor-ista          (-ista – sufixo)
re-avalia-ção (re- prefixo, -ção – sufixo)

Desinência: Indica flexões dos nomes e dos verbos. Sempre aparece no final das palavras variáveis, ou seja, que variam na forma (verbos, substantivos, etc.)
Podem ser desinências nominais ou desinências verbais.

Desinências nominais: Caracterizam as variações de substantivos, adjetivos e certos pronomes quanto ao gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Vejamos:

filh-a-s  : filh- – radical, -a – desinência de gênero (feminino), -s – desinência de número (plural)

Desinências verbais: Indicam as variações dos verbos, que são de:

Pessoa: (primeira, segunda e terceira)
Número: (singular e plural)
Tempo: (presente, passado e futuro)
Modo: (indicativo, subjuntivo e imperativo)

Pens-a-re-mos

Pens: radical
-re: desinência verbal de modo-temporal (indicando futuro do presente do indicativo)
-mos: desinência verbal de número-pessoal (indicando 1ª pessoa do plural)


Vogal temática: Tem a função de ligar o radical às desinências, além de formar algumas classes de palavras. Pode ser verbal ou nominal

verbal

Brinc-a-m (vogal temática da 1ª pessoa)
Dev-e-ria (vogal temática da 2ª pessoa)
Fug-i-sse (vogal temática da 3ª pessoa)

nominal:

Livr-o (-o vogal temática nominal)
Pianist-a-s (-a- vogal temática nominal)


A união do radical com a vogal temática é chamada de tema.

Cont-a-s – conta é o tema.


Vogal e consoante de ligação:

São elementos que unem determinados radicais a certos sufixos, para possibilitar ou facilitar a leitura de determinada palavra.

Flor-i-cultura (vogal de ligação)

Pau-l-ada (consoante de ligação)






Por hoje é só, turma!



Sem crises para classificar morfologicamente os elementos das palavras!



Fonte: Gramática em textos - Leila Lauar Saramento - Ed. Moderna