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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Série Sintaxe - parte II



Nota de correção:


Queridos leitores,

Devo informar-lhes de que cometi um erro em dar o exemplo do uso da partícula (ou pronome) “-se” para identificar o sujeito indeterminado em uma frase. Para exemplificar o uso da partícula, usei a frase “Admitem-se funcionários” e afirmei que o fato de poder passar pra voz passiva tornava o sujeito indeterminado sendo que, na verdade, é o contrário: SE FOR POSSÍVEL PASSAR PARA A VOZ PASSIVA, NÃO HÁ SUJEITO INDETERMINADO, E SIM UM SUJEITO PACIENTE. A voz passiva ficará assim: “Funcionários são admitidos”.

Sujeito Paciente: “Funcionários”.
Função da partícula “-se”: Partícula apassivadora.

Aviso que na postagem já está aplicado um exemplo correto. Porém o áudio ainda permanece com erro. Atentem-se a isso! Com os erros, aprendemos! Sem crises! =)



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Como vimos no post anterior, a análise sintática é feita a partir da classificação de elementos que aparecem dentro de termos da oração que são:

Termos essenciaisSujeito e predicado, responsáveis pela estrutura da oração;
Termos integrantes: Objeto direto, objeto indireto, complemento nominal e o agente da passiva. Complementam o sentido de verbos e nomes;
Termos acessórios: Adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto. Não são fundamentais, modificam ou especificam outros termos.

Hoje estudaremos sobre os termos essenciais da oração: Sujeito (tipos de sujeito) e predicado (tipos de predicados).

Estudos linguísticos explicam que, para o enunciado ter algum sentido as palavras precisam relacionar-se entre si, formando frases. A análise sintática é o processo de reconhecimento das funções que um termo (constituinte) exerce sobre o outro termo (constituinte) dentro da oração.


O grande segredo na análise sintática, é que sempre se faça perguntas ao verbo.  O termo que executa a ação do verbo é o SUJEITO e o elemento que sofre a ação do verbo é o PREDICADO

Vejamos:

Os professores elaboram as provas.
                                    
Na oração, o verbo principal é “elaboram”. Neste caso, pergunte ao verbo:

“Quem elabora?” – os professores.
“Elaboram o quê?” – elaboram as provas.

Portanto, a constituinte “Os professores” é o SUJEITO e, por sua vez, a constituinte “elaboram as provas” é o PREDICADO. 

Sujeito: é o elemento de quem se declara alguma coisa.
Predicado: é TUDO aquilo que se diz sobre o sujeito.    

 
TIPOS DE SUJEITO

Existem 4 tipos de sujeito, que podem ou não estar explícitos na oração. São eles:

Sujeito simples:

O filho de Amanda reprovou em matemática.

Sabemos que quem reprovou foi “O filho de Amanda”. Um sujeito que apresenta apenas um núcleo (palavra mais importante), que é filho. Por apresentar apenas uma palavra, ou seja, um só núcleo, temos então um sujeito simples.

Sujeito simples: é aquele que apresenta um só núcleo.



Sujeito composto

Cássio e Ana decidiram comprar um carro juntos.

Sabemos que quem irá comprar é “Cássio e Ana”, um sujeito que apresenta dois núcleos.  Temos então um sujeito composto.

Sujeito composto: é aquele que apresenta mais de um núcleo.


Sujeito oculto (elíptico, desinencial ou implícito)

Estamos ansiosos pela viagem!

Neste caso, o sujeito não aparece claramente na oração, mas pela terminação, ou desinência – mos, que refere-se à primeira pessoa do plural“nós”, entendemos que “Nós estamos ansiosos pela viagem”.

Sujeito oculto ou desinencial – é aquele que está implícito na oração, mas que pode ser determinado pela desinência ou terminação verbal.

Sujeito indeterminado

Falaram mal de mim!


Neste caso, o que caracteriza um sujeito indeterminado é o uso da 3ª pessoa do plural. O verbo não se refere a nenhum termo identificado anteriormente (a menos que haja um contexto, como por exemplo: “Eles são chatos e falaram mal de mim! – no contexto, sabemos que quem falou foram “eles”.)

Necessita-se de funcionários. (verbo transitivo indireto)

Nesse caso não é possível passar a oração para a voz passiva, o que também caracteriza a indeterminação do sujeito. Veja:

De funcionários são necessitados.

Além de o pronome em destaque “-se” funcionar como índice de indeterminação do sujeito, quando tentarmos trocar para a voz passiva, a preposição "De", necessariamente ficaria no início da frase, antes do sujeito mas como sabemos, o sujeito NUNCA deve ser precedido de preposição. Além disso, uma outra regra básica e de fácil memorização, é que NUNCA se é possível passar para  voz passiva verbos intransitivos ou verbos transitivos indiretos, como no caso do exemplo dado "necessitar".

Sujeito indeterminado: é aquele que não está expresso na oração, porque não se pode identificá-lo ou nomeá-lo.                                                               



Oração sem sujeito ou sujeito inexistente:


Há, por último, situações nas quais o sujeito é inexistente. São as orações sem sujeito. Para identificá-las, temos algumas regras:

  • Com verbo haver no sentido de existir:
                 bons restaurantes em Santo André.

  • Com os verbos haver, fazer e ir referindo-se a tempo decorrido: 
Faz muito tempo que não a vejo.
Morei em Ubatuba cerca de 7 anos.
Ia o tempo da Ditadura quando se casaram.

  • Com o verbo ser indicando tempo em geral:
       Era um período de verão maravilhoso!


  • Com verbos que denotam fenômenos da natureza em geral:
          Esfriou muito nessa semana.
          De noite choveu.

    Ventava forte em Cabo Frio.

Isso não ocorre quando os verbos têm sentido figurado:

Eles amanheceram irritados. (suj. simples – Eles.)

Oração sem sujeito: é aquela que se forma apenas pelo predicado, e não se refere a nenhum ser.




TIPOS DE PREDICADO

Temos 3 tipos de predicado na análise sintática. São eles:

Predicado nominal: o núcleo é um nome.

Você é um estudante inteligente.

O verbo “ser” é um verbo de ligação que não transmite informações sobre o sujeito, portanto o núcleo desse predicado é um nome, tornando-o um predicado nominal. Outros exemplos:
Durante a aula, ela pareceu-me nervosa.
                                                                              


Predicado verbal: o núcleo é um verbo.

As crianças comeram o bolo apressadamente.

Predicado verbo-nominal: há dois núcleos, um verbo e um nome.

Ele me contou tudo isso muito chateado.


Nesse caso, há um núcleo verbal (contou) e um núcleo nominal (chateado). Esse predicado é classificado como verbo-nominal.

É isso, pessoal! Esta foi o que podemos chamar de base para uma boa análise sintática. Sabemos que são muitas regras, mas estudá-las e entendê-las é fundamental para elaboração de boas construções.
Terminamos então a análise dos termos essenciais e a partir deles iremos estudar os termos integrantes da oração, que são objeto direto, objeto indireto, complemento nominal e o agente da passiva.


Com sujeito e predicado?

Ah, sem crises!



Acompanhe também em áudio, no podcast abaixo, ou clique aqui para fazer o download.




8 comentários:

  1. Mônica, adorei! rsrs
    Eu já conhecia o sotaque, claro. Fiz, inclusive, muitas transcrições fonéticas dele. Mas, ele fica bem mais bonito na voz de quem gostamos.
    Obrigada pela indicação e um grande beijo pra você também.♥

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  2. Oi, Maria Lúcia!

    Muito obrigada! Ainda estou tentando me acostumar em ouvir a minha voz...rs

    Beijo grande!

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  3. Oi gostei muito do teu blog!!
    http://amazoniaumcaminhoparaosonho.blogspot.com/

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  4. Achei bem didática a sua explicação. Estava precisando de algo básico para entender coisas mais complexas. Prestarei o concurso do senado e a banca (FGV) pega pesadíssimo nas questões gramaticais, especialmente análise sintática. Parabéns!

    Frank R. Pereira
    Campo Grande/MS

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  5. Olá, Frank!

    Que bom que, de alguma forma a matéria foi útil para você!

    Fico muito feliz em saber! Volte sempre!

    Abraço!

    Mônica Lima Falsarella

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  6. Conheci o blog hoje.
    De fato, é excelente.
    Se me permite, com todo respeito, mas a fim de apenas corrigir um pequeno equívoco quanto à grafia de "viajem" utilizada no exemplo.


    Sujeito oculto (elíptico, desinencial ou implícito)

    Estamos ansiosos pela viajem!

    Em verdade, trata-se de substantivo cujo grafia adequada e correta é com "G", pois com "J" se refere ao verbo - Viajar.

    Ex: Eu vou viajar amanhã para São Paulo.

    No mais, parabéns!

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  7. Bom dia, Cícero!

    Tem toda razão! Muito obrigada por avisar!! Ainda sofro muito com essa palavrinha, chega a ser, para mim, algo tão simples mas que atrapalha às vezes!

    Obrigada pela visita e pela correção! Seja sempre bem-vindo!

    Mônica Lima Falsarella

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