Oi, pessoal!
A segunda matéria da série Pontuação abrange, em pormenores, o uso de ponto e vírgula (;), dois pontos (:), reticências (...), ponto final (.), aspas (“”), parênteses ( ), e travessão (—).
PONTO-E-VÍRGULA ;
Emprega-se o ponto e vírgula, que indica uma pausa mais longa que a vírgula:
Para separar, em um período de certa extensão, as partes que tenham orações já separadas por vírgulas:
Já tive muitas capas e infinitos guarda-chuvas, mas acabei me cansando de tê-los e perdê-los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu.
Braga, Rubem. Ai de ti, Copacabana.
Rio de Janeiro: Record, 1996
Para separar os itens em uma enumeração:
A prova constará de: a) um estudo de texto; b) cinco questões gramaticais; c) uma redação sobre o tema abordado no texto.
DOIS-PONTOS :
Empregam-se dois-pontos:
Para introduzir uma fala:
A aeromoça aproximou-se:
- Os passageiros devem permanecer sentados até o pouso da aeronave.
Para introduzir uma citação:
Pois eu escutei no noticiário: a lei proíbe o uso de cigarros em locais públicos.
Para introduzir uma enumeração:
Procurei o motivo do apelido curioso, nada vi semelhante ao objeto da comparação: um homem atento, grave, de rosto inexpressivo.
RAMOS, Graciliano. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1993.
Para introduzir uma explicação, resumo ou conseqüência do que se disse antes:
Tanto tempo se passou e não passávamos disto: eternos aprendizes.
RETICÊNCIAS ...
Empregam-se as reticências:
1) Para indicar suspensão de pensamento:
Essa incapacidade de atingir, de entender, é que com que eu, por instinto de...
LISPECTOR, Clarice. Os melhores contos. São Paulo: Global, 1984.
2) Para indicar dúvida, surpresa ou hesitação:
- E as obras de Tomes? A igreja...já haverá igreja nova?
EÇA DE QUEIRÓS. A cidade e as serras.
Rio de Janeiro: Ediouro, 1998.
Para indicar ironia:
Júnior irá mesmo até Paris? Até parece...
PONTO FINAL .
O ponto final indica a pausa máxima. É empregado no final de um período simples (oração absoluta) ou de um período composto:
Corria o mês de março de 1603. Era portanto um ano antes do dia em que se abriu esta história.
ALENCAR, José de. Obras completas.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1985.
ASPAS “ ”
Empregam-se as aspas:
Para indicar o início e o fim de uma citação:
Dizem as escrituras sagradas: “Para tudo há seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer”.
ALVES, Rubem. Sobre a morte e o morrer.
Folha de São Paulo, 12 out. 2003.
Para destacar uma palavra (ou expressão):
O verbo “ficar” vem adquirindo novos significados.
Para dar outra conotação a determinada palavra (ou expressão):
Os “anjinhos” já estão prontos? O ônibus escolar já chegou.
Para marcar o diálogo, em substituição ao travessão:
“Aquela moça da rua Larga?”, perguntou Marialva.
“Aquela.”
FONSECA, Rubem. Pequenas criaturas.
São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
PARÊNTESES ( )
Empregam-se os parênteses:
Para intercalar uma ideia ou uma oração acessória num texto:
Macabéa começou (explosão) tremelicar toda por causa do lado penoso que há na excessiva felicidade.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela.
Rio de Janeiro, Rocco, 1998.
Nas referências bibliográficas:
Mas quando olhar a mancha viva na minha camisa, talvez faça uma careta e me deixe passar. (Chico Buarque de Hollanda)
Nas indicações ciências (rubricas) das peças de teatro. Nas rubricas, marcam-se os movimentos, gestos e expressões que o ator deve fazer:
TOMÁS — É meu, tenho dito.
SAMPAIO — Pois não é, não senhor... (Agarram-se ambos no leitão e puxam cada um para seu lado.)
Martins Pena. O tempo de Martins Pena.
Rio de Janeiro: Ediouro, 1998.
TRAVESSÃO: —
Emprega-se travessão:
Para indicar a fala (começo ou fim) e a mudança de interlocutor, nos diálogos:
—Você não precisa de pílulas?
—Que pílulas?
—Essas para acalmar.
—Eu sou calma — disse Luciana com um meio sorriso.
FAGUNDES TELLES, Ligia. Ciranda de Pedra
Rio d Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
Para enfatizar expressões ou frases:
Foi o poeta — sonhou — e amou na vida.
Álvares de Azevedo. Poesias completas.
Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.
Impossível escrever um poema — uma linha que seja— de verdadeira poesia.
Drummond de Andrade, Carlos. Poesia completa e prosa.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973.
É isso, pessoal!
Nossa próxima e última matéria da série Pontuação abordará apenas a aplicação do PONTO DE INTERROGAÇÃO e PONTO DE EXCLAMAÇÃO, que, para muitos, ainda causa muita confusão.
Sem crises...
Fonte: Gramática em texto. Leila Lauar Saramento – Ed. Moderna.
Fonte: Gramática em texto. Leila Lauar Saramento – Ed. Moderna.
Olá! Gostei muito do seu blog (Eu o encontrei assim...meio de repente). Desejo-lhe felicidades e sucessos. Saudações do blog Literatura & Linguagens! Um abraço, Mônica!
ResponderExcluirOlá, Nel!!
ResponderExcluirMuito obrigada pela visita e por registrar seu apreço através do comentário!
Visitei seu blog, e gostei muito!
Obrigada mais uma vez!
Mônica
Obrigado pela visita, amiga! O território das ´´palavras`` pertence a todos. Um abraço!
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