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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Série Pontuação - II

Oi, pessoal!

A segunda matéria da série Pontuação abrange, em pormenores, o uso de ponto e vírgula (;), dois pontos (:), reticências (...), ponto final (.), aspas (“”), parênteses ( ), e travessão (—).



PONTO-E-VÍRGULA ;

Emprega-se o ponto e vírgula, que indica uma pausa mais longa que a vírgula:

Para separar, em um período de certa extensão, as partes que tenham orações já separadas por vírgulas:

Já tive muitas capas e infinitos guarda-chuvas, mas acabei me cansando de tê-los e perdê-los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu.                     
                                                Braga, Rubem. Ai de ti, Copacabana.
                                                           Rio de Janeiro: Record, 1996

Para separar os itens em uma enumeração:

A prova constará de: a) um estudo de texto; b) cinco questões gramaticais; c) uma redação sobre o tema abordado no texto.


DOIS-PONTOS :

Empregam-se dois-pontos:

Para introduzir uma fala:

A aeromoça aproximou-se:
 - Os passageiros devem permanecer sentados até o pouso da aeronave.

Para introduzir uma citação:

Pois eu escutei no noticiário: a lei proíbe o uso de cigarros em locais públicos.

Para introduzir uma enumeração:

Procurei o motivo do apelido curioso, nada vi semelhante ao objeto da comparação: um homem atento, grave, de rosto inexpressivo.

                                   RAMOS, Graciliano. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1993.

Para introduzir uma explicação, resumo ou conseqüência do que se disse antes:

Tanto tempo se passou e não passávamos disto: eternos aprendizes.



RETICÊNCIAS ...


Empregam-se as reticências:

1) Para indicar suspensão de pensamento:

Essa incapacidade de atingir, de entender, é que com que eu, por instinto de...

            LISPECTOR, Clarice. Os melhores contos. São Paulo: Global, 1984.

2) Para indicar dúvida, surpresa ou hesitação:

            - E as obras de Tomes? A igreja...já haverá igreja nova?

                                   EÇA DE QUEIRÓS. A cidade e as serras.
                                               Rio de Janeiro: Ediouro, 1998.

Para indicar ironia:

Júnior irá mesmo até Paris? Até parece...



PONTO FINAL .


O ponto final indica a pausa máxima. É empregado no final de um período simples (oração absoluta) ou de um período composto:

Corria o mês de março de 1603. Era portanto um ano antes do dia em que se abriu esta história.

                                   ALENCAR, José de. Obras completas.
                                               Rio de Janeiro: Aguilar, 1985.

ASPAS “ ”

            Empregam-se as aspas:

Para indicar o início e o fim de uma citação:

Dizem as escrituras sagradas:  “Para tudo há seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer”.

                                   ALVES, Rubem. Sobre a morte e o morrer.
                                                           Folha de São Paulo, 12 out. 2003.

Para destacar uma palavra (ou expressão):

O verbo “ficar” vem adquirindo novos significados.


Para dar outra conotação a determinada palavra (ou expressão):

Os “anjinhos” já estão prontos? O ônibus escolar já chegou.


Para marcar o diálogo, em substituição ao travessão:

“Aquela moça da rua Larga?”, perguntou Marialva.
“Aquela.”
                                                           FONSECA, Rubem. Pequenas criaturas.
                                                           São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

PARÊNTESES ( )

            Empregam-se os parênteses:

Para intercalar uma ideia ou uma oração acessória num texto:

Macabéa começou (explosão) tremelicar toda por causa do lado penoso que há na excessiva felicidade.
                                               LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela.    
                                                           Rio de Janeiro, Rocco, 1998.

Nas referências bibliográficas:

Mas quando olhar a mancha viva na minha camisa, talvez faça uma careta e me deixe passar. (Chico Buarque de Hollanda)

Nas indicações ciências (rubricas) das peças de teatro. Nas rubricas, marcam-se os movimentos, gestos e expressões que o ator deve fazer:

TOMÁS — É meu, tenho dito.
SAMPAIO — Pois não é, não senhor... (Agarram-se ambos no leitão e puxam cada um para seu lado.)
                                   Martins Pena. O tempo de Martins Pena.
                                               Rio de Janeiro: Ediouro, 1998.

TRAVESSÃO:  —

Emprega-se travessão:

Para indicar a fala (começo ou fim) e a mudança de interlocutor, nos diálogos:

            —Você não precisa de pílulas?
            —Que pílulas?
            —Essas para acalmar.
­­­            —Eu sou calma ­— disse Luciana com um meio sorriso.
                                    FAGUNDES TELLES, Ligia. Ciranda de Pedra
                                               Rio d Janeiro: Nova Fronteira, 2000.

Para enfatizar expressões ou frases:

            Foi o poeta — sonhou — e amou na vida.
                                   Álvares de Azevedo. Poesias completas.
                                               Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.


            Impossível escrever um poema — uma linha que seja— de verdadeira poesia.
                        Drummond de Andrade, Carlos. Poesia completa e prosa.
                                   Rio de Janeiro: Aguilar, 1973.




É isso, pessoal!

Nossa próxima e última matéria da série Pontuação abordará apenas a aplicação do PONTO DE INTERROGAÇÃO e PONTO DE EXCLAMAÇÃO, que, para muitos, ainda causa muita confusão.

Sem crises...


Fonte: Gramática em texto. Leila Lauar Saramento – Ed. Moderna.

3 comentários:

  1. Olá! Gostei muito do seu blog (Eu o encontrei assim...meio de repente). Desejo-lhe felicidades e sucessos. Saudações do blog Literatura & Linguagens! Um abraço, Mônica!

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  2. Olá, Nel!!

    Muito obrigada pela visita e por registrar seu apreço através do comentário!

    Visitei seu blog, e gostei muito!

    Obrigada mais uma vez!

    Mônica

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  3. Obrigado pela visita, amiga! O território das ´´palavras`` pertence a todos. Um abraço!

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